Realização de lucros e financeiro pressionam açúcar em NY e Londres nesta 4ª
As cotações futuras do açúcar concluíram a sessão desta quarta-feira (24) com perdas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve pressão de realização de lucros e do financeiro, apesar de nova queda de produção no Centro-Sul apontada pela Unica.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,90%, cotado a US$ 19,93 c/lb, com máxima de 20,19 c/lb e mínima de 19,80 c/lb. Em Londres, o tipo branco teve desvalorização de 1,39%, negociado a US$ 511,20 a tonelada.
O mercado futuro do açúcar acabou pressionado na sessão desta quarta-feira com movimento de realização de lucros sendo registrado, após altas expressivas na sessão anterior nos terminais externos. Além disso, houve pressão adicional do financeiro, com câmbio e petróleo.
Depois de alta pela manhã, o petróleo operava na finalização dos trabalhos desta quarta-feira com quedas leves a moderadas. Além disso, i dólar operava em alta sobre o real, o que tende a encorajar as exportações das commodities, mas em compensação pesa sobre os preços externos.
Sem muito reflexo ao mercado no dia, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) reportou nesta manhã os dados de moagem de cana-de-açúcar e produção de açúcar e etanol no Centro-Sul do Brasil na primeira quinzena de novembro.
A fabricação de açúcar atingiu 625,6 mil toneladas, ante 1,24 milhão de toneladas verificadas em igual período do ano anterior.
"As empresas que encerraram a safra na primeira quinzena de novembro apresentaram redução de moagem de 15,1% em comparação com os valores registrados no último ciclo agrícola", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Seguindo a expectativa, a moagem até o final de março deve superar 520 milhões de toneladas.
Nos fundamentos, há atenção para a nova safra do Brasil e da Índia que está em andamento. "A probabilidade crescente do La Niña (fenômeno climático) pesa sobre a produção do próximo ano (do Brasil). As exportações (da Índia) devem permanecer lentas (em comparação com os anos anteriores, quando o subsídio à exportação ainda existia", disse o Citi.
O banco revisou o preço médio do açúcar para 2022 de US$ 19,5 para 20,3 c/lb, citando o aperto persistente do mercado ao longo da safra de 2022/23.
MERCADO INTERNO
O açúcar voltou a ter repique de baixa no mercado brasileiro, após altas recentes, mas segue acima do patamar de R$ 150,00 a saca.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 0,62%, negociado a R$ 153,48 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 152,09 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,75 c/lb com alta de 1,79%.