Petróleo despenca com estoques nos EUA e variante Delta e impacta açúcar em NY

Publicado em 04/08/2021 14:37 e atualizado em 04/08/2021 17:36
Vencimento outubro/21 chegou a testar máxima acima de US$ 18 c/lb no dia, mas perdeu forças

Esta quarta-feira (04) foi marcada por leves baixas para os futuros do açúcar nas bolsas de Nova York e Londres. A pressão acompanhou um movimento de realização de lucros e oscilações do financeiro, principalmente com perdas expressivas do petróleo.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou queda de 0,28%, cotado a US$ 17,93 c/lb, com máxima de 18,20 c/lb e mínima de 17,91 c/lb. O tipo branco em Londres teve desvalorização de 0,51%, a US$ 447,30 a tonelada.

Apesar de chegar a operar acima dos US$ 18 c/lb na sessão, o mercado do açúcar acabou virando na finalização dos trabalhos acompanhando um movimento de realização de lucros, além de atenção para as perdas do petróleo no financeiro do dia.

O WTI e o Brent recuavam mais de 2% e 1% nesta tarde, respectivamente.

"Os preços do petróleo permaneceram pressionados depois que o estoque de petróleo bruto apontado pela EIA aumentou inesperadamente na semana passada", disse Edward Moya, analista de mercado sênior da OANDA. Além disso, há temores no mercado relacionados com a variante Delta.

Consultorias têm revisado suas estimativas para a safra 2021/22 - Foto: Unsplash

Os casos de coronavírus em todo o mundo ultrapassaram os 200 milhões na quarta-feira, de acordo com uma contagem da agência de notícias Reuters, em meio disseminação acelerada da variante Delta da Covid-19, ameaçando países com vacinação mais lenta.

O mercado do adoçante também sentiu alguma pressão do câmbio, com alta do dólar sobre o real na maior parte do dia, movimento que tende a encorajar as exportações das commodities, mas em compensação pesa sobre os preços internacionais.

A demanda mais fraca pelo adoçante segue como peso para as cotações, já que o Brasil teve queda nos embarques.

Por outro lado, segue suporte no mercado externo com atenção para a safra brasileira, primeiro impactada pela seca persistente no Centro-Sul do Brasil e depois com registros seguidos de geadas. As possíveis perdas ainda são levantadas por técnicos.

A StoneX, por exemplo, baixou na terça-feira sua projeção de moagem de cana para 541 milhões de toneladas na safra 2021/22, ante 568 milhões da previsão anterior, em maio. Esse volume representa uma queda de mais de 10% ante a safra anterior.

A comerciante Wilmar também revisou suas estimativas para a nova safra do Brasil, esperando pelo menos 28 milhões de t de açúcar em 2021/22.

Mercado interno

Os preços do açúcar seguiram em alta nesta semana no mercado do Brasil. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,79%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 119,78.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,00 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 18,11 c/lb e alta de 0,17%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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