Menor temor com geada no BR causa liquidação e açúcar cai mais de 2% em NY

Publicado em 30/07/2021 16:21
Apesar da baixa, áreas produtoras de cana receberam a terceira sequência de geadas nesta madrugada de sexta-feira

As cotações futuras do açúcar fecharam a sessão desta sexta-feira (30) expressivamente mais baixas nas bolsas de Nova York e Londres. O menor temor com geadas no Centro-Sul do Brasil casou uma liquidação no mercado externo.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou queda de 2,13 % cotado a US$ 17,91 c/lb, com máxima de 18,45 c/lb e mínima de 17,80 c/lb. O tipo branco em Londres teve desvalorização de 1,26%, a US$ 445,70 a tonelada.

Na semana, o adoçante perdeu mais de 2,50%.

"Uma diminuição dos riscos de geadas no Brasil provocou uma liquidação massiva no mercado futuro de açúcar nesta sexta-feira", disse a fornecedora de informações de commodities Barchart sobre o fechamento do mercado nesta sexta-feira.

Porém, segundo apurado pelo Notícias Agrícolas, várias áreas produtoras de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil receberam a terceira sequência de geadas já nesta madrugada de sexta-feira, inclusive com registro de temperaturas negativas.

"Sem dúvida alguma, essa geada na nossa região foi mais severa que as últimas. Tá tudo branco por aqui", disse Paulo Junqueira, presidente do Sindicato Rural de Ribeirão Preto, principal região produtora de cana-de-açúcar do país.

Áreas de cana tiveram registro de geada na madrugada desta sexta-feira
 

Diante do frio durante quase todo esse mês de julho, a consultoria StoneX já planeja revisões em sua próxima estimativa da safra 2021/22. "Isso vai ter impactos na produção, nos cenários globais de açúcar, e também impactos diretos sobre a dinâmica de oferta e demanda e, consequentemente, preços do etanol também", diz Bruno Zaneti, consultor sênior de riscos da StoneX.

O mercado também esteve atento no dia para as informações de que operadores indianos assinaram pela primeira vez contratos de exportação de açúcar cinco meses antes dos embarques, segundo reporte da Reuters, em meio ao frio registrado no Brasil.

“As usinas iniciariam a produção depois de três ou quatro meses, mas operadores venderam antecipadamente açúcar bruto da nova temporada para embarques de dezembro a janeiro”, disse Rahil Shaikh, diretor-gerente da MEIR Commodities India.

No financeiro, o dia foi marcado por cenário de aversão ao risco, com perdas generalizadas. O petróleo tinha perdas leves, contribuindo para a pressão no açúcar e dólar subia sobre o real, o que também contribui para as perdas na commodity.

Mercado interno

Os preços do açúcar no Brasil voltaram a subir nesta reta final da semana. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,35%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 117,99.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 133,74 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 18,77 c/lb com alta de 1,46%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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