Temores com demanda fazem açúcar em NY e Londres recuar quase 2% nesta 3ª

Publicado em 22/06/2021 14:57
São Martinho planeja produzir mais biocombustível e menos adoçante na safra 2021/22

​Os contratos futuros do açúcar recuaram quase 2% nas bolsas de Nova York e Londres nesta sessão de terça-feira (22). O dia foi de atenção para os movimentos da demanda e pressão adicional com realização de lucros, além de seguir o acompanhamento da safra brasileira.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou desvalorização de 1,93%, cotado a US$ 16,74 c/lb nesta sessão, com máxima de 17,05 c/lb e mínima de 16,61 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres teve perdas de 1,64%, negociado a US$ 418,70 a tonelada.

Depois de alta de mais de 2% na Bolsa de Nova York na véspera, o mercado do adoçante reverteu praticamente toda a valorização nesta terça-feira com movimento de realização de lucros. Além disso, preocupações com a demanda também foram registradas no dia.

De acordo com a Reuters internacional, o spread do vencimento de julho ante outubro está aumentando diante da corrida pela exportação do contrato na próxima semana. "Um sinal de que há pouco apetite para receber açúcar, uma vez que a demanda continua fraca", destacou a agência.


Mix da São Martinho deve ser direcionado para o etanol na safra 2021/22 - Foto: CNA

Acompanhando esse cenário mais frágil da demanda, a usina São Martinho divulgou na segunda-feira que deve reduzir em quase 19% sua produção de açúcar (1,2 milhão de toneladas) na safra 2021/22, mas deve seguir com números praticamente estáveis para o etanol (1,013 bilhão de litros).

"Considerando o cenário de preços ocorrido ao longo de 2020 e início de 2021, e nossa decisão de mix de produção mais direcionado a produção de etanol para a safra 21/22, já estamos 97% protegidos na exposição ao preço de açúcar", disse a empresa.

Veja mais:
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O mercado também continua atento para as informações sobre a safra brasileira. Apesar de otimismo com chuvas recentes no Centro-Sul do Brasil, a Somar informou que as precipitações foram escassas na região central do país na semana passada, retomando os temores com a safra.

"O Brasil terá condições principalmente secas ou de precipitações isoladas. As temperaturas médias devem ser próximas a acima da normalidade", disse em relatório o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.

No financeiro, o dia foi marcado por oscilações do dólar frente ao real dos dois lados da tabela, assim como no petróleo no cenário internacional.

Mercado interno

O mercado brasileiro de açúcar seguiu com preços firmes nos últimos dias, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), depois de na quinta-feira (17) registrar recorde nominal da série histórica, iniciada 1997.

"Esses elevados patamares praticados por usinas paulistas têm sido verificados mesmo sem forte aumento na demanda – compradores, no geral, adquirem novos volumes de cristal apenas para atender necessidades pontuais", destacou o Cepea.

Apesar disso, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve desvalorização de 0,99%, cotado a R$ 114,23 a saca de 50 kg.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,65 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 17,64 c/lb com alta de 2,11%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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