Retorno das chuvas ao Centro-Sul faz açúcar em NY cair 2% nesta 6ª

Publicado em 21/05/2021 15:03 e atualizado em 22/05/2021 21:27
No acumulado da semana, mercado no terminal norte-americano perdeu mais de 1%, apesar de seguirem preocupações com o Brasil

​Os futuros do açúcar nas bolsas de Nova York e Londres registraram quedas expressivas nesta sexta-feira (21), contribuindo para perdas acumuladas no balanço da semana. Após máximas de mais de dois meses, o mercado se ajusta e acompanha o retorno das chuvas ao Centro-Sul.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou desvalorização de 2,17%, cotado a US$ 16,67 c/lb, com máxima de 17,02 c/lb e mínima de 16,60 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres perdeu 1,32%, negociado a US$ 447,40 a tonelada.

Na semana, o julho/21 perdeu mais de 1% no terminal norte-americano.

O mercado do adoçante cai desde o início dos trabalhos nesta sexta-feira com movimento de realização de lucros ante a valorização na véspera com foco na oferta, principalmente com atualizações sobre o Brasil na semana. Além disso, há certo alívio com o retorno das chuvas ao Centro-Sul.

"A previsão de chuva nas áreas de cultivo de açúcar do Brasil gerou uma longa liquidação nos futuros de açúcar depois que a Somar Meteorologia previu 20 mm de chuva para as áreas de cultivo de cana do Brasil a partir de hoje”, disse em nota a Barchart.


Depois de testar máximas de mais de dois meses nos últimos dias, mercado voltou para os US$ 16 c/lb - Foto: Embrapa

Além das chuvas e movimentação técnicas durante o dia, o mercado do açúcar também acompanhou a valorização do dólar sobre o real, o que tende a encorajar as exportações da commodity, mas em compensação pesa sobre os preços externos.

Como fator de suporte na véspera, o mercado também repercutiu a redução dos subsídios para exportação na Índia. Porém, segundo analistas de mercado consultados pela Reuters, é improvável que o anúncio indiano tenha sérios impactos nas exportações, já que as vendas antes do corte totalizavam mais de 5,5 milhões de toneladas de uma meta de 6 milhões de t.

Também há atenção do mercado para a demanda. A Suedzucker, maior produtora de açúcar da Europa, disse para a Reuters que espera um mercado de açúcar mais forte no futuro para a União Europeia na medida em que os países emergem dos bloqueios do coronavírus.

Por outro lado, nesta semana, a Conab estimou a safra 2021/22 de cana no Centro-Sul em 574,8 milhões de t, o que representa uma queda de 4,6% ante a temporada 2020/21, mas o número ainda pode ser revisado. Caso confirmado, seria a menor produção desde 2018/19.

Mercado interno

O mercado do açúcar no Brasil voltou a subir nesta reta final de semana. Como referência, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,53%, cotado a R$ 115,10 a saca de 50 kg na véspera.

No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 123,05 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 17,99 c/lb com alta de 0,52%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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