Com impacto do petróleo no etanol, preços do açúcar despencam em NY e Londres

Publicado em 13/05/2021 15:10 e atualizado em 14/05/2021 14:46
Petróleo WTI e Brent recuaram até 4% nesta tarde de 5ª feira, fazendo com que usinas possam migrar para o adoçante e elevar oferta

As cotações futuras do açúcar despencaram na sessão desta quinta-feira (13) nas bolsas de Nova York e Londres. O dia seguiu marcado por correções técnicas ante os ganhos recentes, mas, principalmente, com o mercado analisando as consequências do recuo expressivo do petróleo.

O principal vencimento do açúcar na Bolsa de Nova York registrou no dia desvalorização de 4,09%, cotado a US$ 17,11 c/lb, com máxima de 17,80 c/lb e mínima de 17,01 c/lb. Já o tipo branco em Londres caiu 3,45%, negociado a US$ 455,50 a tonelada.

Depois de alta expressiva nos últimos dias, com máximas de mais de dois meses em Nova York, o açúcar fechou a sessão desta quinta-feira retomando os patamares do início do mês. O contrato julho, que chegou no início da semana acima dos US$ 18 c/lb, quase não sustentou os US$ 17 c/lb.

Além de movimento corretivo ante os ganhos recentes, o mercado do adoçante no dia esteve bastante atento para os recuos do petróleo, com o agravamento da pandemia do coronavírus na Índia e a retomada das operações de um oleoduto nos EUA, inclusive com impacto em outras commodities.

"Os preços mais baixos do etanol podem fazem com que as usinas de açúcar do Brasil desviem a moagem da cana para a produção do adoçante em vez da produção de etanol, aumentando assim o fornecimento", disse em nota a consultoria Barchart.


Atenção para os impactos climáticos na safra brasileira de cana seguem, apesar da queda - Foto: CNA

Apesar das quedas, segue a atenção dos operadores para a safra de cana do Brasil e, principalmente, os impactos dela na oferta global da commodity diante da situação climática adversa no maior produtor mundial em um momento em que a demanda dá sinais de recuperação.

"Os negociadores disseram que embora os fundos possam continuar liquidando as posições compradas no curto prazo, um colapso de preços em grande escala é improvável, com o mercado ainda sustentado por preocupações com a safra de cana do Brasil e os preços crescentes do etanol no país", destacou a Reuters.

Ontem, por exemplo, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) trouxe sua atualização quinzenal com queda na moagem de cana-de-açúcar no comparativo anual, além de reflexos na produção de açúcar e etanol. Mas, com vendas mais altas do biocombustível em abril.

A valorização do dólar sobre o real nesta tarde também contribuiu para as perdas do açúcar no dia, já que tende a encorajar as exportações da commodity.

Mercado interno

A reta final da semana volta a ser marcada por valorização dos preços internos do açúcar. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,69%, cotado a R$ 115,23 a saca de 50 kg na véspera.

Já no Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, negociado a R$ 119,34 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha na última sessão o preço FOB cotado a US$ 18,82 c/lb com queda de 1,42%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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