Açúcar registra valorização de mais de 2% na Bolsa de NY nesta 3ª
Os futuros do açúcar saltaram mais de 2% na Bolsa de Nova York nesta sessão de terça-feira (04), apesar de perdas moderadas em Londres. O dia foi marcado pela constante preocupação do mercado com a safra brasileira e seu impacto no balanço global, além de avanço do petróleo.
O principal vencimento do açúcar na Bolsa de Nova York teve valorização de 2,33%, cotado US$ 17,12 c/lb, com máxima de 17,27 c/lb e mínima de 16,76 c/lb. O tipo branco em Londres registrou queda de 0,18%, negociado a US$ 449,80a tonelada.
Depois de queda técnica na sessão anterior, as cotações do tipo bruto em Nova York avançaram desde o início da sessão diante das renovadas preocupações com a safra do Brasil, iniciada em abril, mas que está atrasada diante de estiagem histórica no cinturão produtor.
"O Brasil ainda terá condições de seca na maior parte das áreas produtoras. As temperaturas médias devem ser próximas a acima do normal", disse em relatório de mercado Jack Scoville, analista da Price Futures Group.
Analista destaca que previsão é de continuidade do cenário de estiagem em áreas de cana do Brasil
Diante da seca histórica, na véspera, a consultoria StoneX estimou que a nova temporada pode ter uma moagem até 6,3% menor no comparativo anual, totalizando entre 567,2 milhões e 578,1 milhões de toneladas como reflexo da estiagem no cinturão produtor.
A trading inglesa Czarnikow também pontuou na semana passada que as chuvas na região Centro-Sul do Brasil, entre outubro e março, ficaram 36% abaixo da média, sendo a maior seca em mais de uma década.
Além disso, o mercado segue atento para os movimentos da demanda, com avanço no line-up do Brasil na última semana. Também há repercussão do mercado para as oscilações do financeiro, com salto expressivo do petróleo no dia, mas desvalorização do real.
Além de queda técnica na véspera, o mercado também esteve atento na última sessão para a produção indiana. A Indian Sugar Mills Association trouxe que a produção de açúcar da Índia, de 1 de outubro a 30 de abril, saltou 16% no comparativo anual, totalizando 29,92 milhões de toneladas devido a uma safra abundante e aumento da moagem de cana.
Mercado interno
A semana começou com preços do açúcar ainda valorizados com a safra caminhando lentamente no Centro-Sul. O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 0,55%, cotado a R$ 113,50 a saca de 50 kg.
Já no Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, negociado a R$ 117,28 a saca, segundo dados da Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha na última sessão o preço FOB cotado a US$ 18,16 c/lb, com queda de 3,91% sobre o dia anterior.