Açúcar tem rally em NY, mas perde forças e cai quase 2% com Índia

Publicado em 03/05/2021 15:18
Mercado iniciou a semana com altas de mais de 1% com foco na estiagem no Brasil, mas reverteu ganhos com sinais de alta produção no país asiático

​As cotações futuras do açúcar bruto tiveram um rally importante de alta na Bolsa de Nova York neste início de semana ainda acompanhando a estiagem no cinturão brasileiro, mas perderam forças próximo do fechamento com dados de alta produção na Índia mesmo em meio ao agravamento da pandemia.

O principal vencimento do açúcar na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 1,47%, cotado a US$ 16,73 c/lb, com máxima de 17,32 c/lb e mínima de 16,69 c/lb. O terminal londrino está fechado nesta segunda por conta do “Spring Bank Holiday”.

Depois de recuo técnico nos últimos dias, o mercado do açúcar voltou a subir durante o início dos trabalhos em Nova York com alguma correção ante os últimos dias, mas, principalmente, acompanhando as informações sobre o desenvolvimento da safra de cana-de-açúcar 2021/22 no Centro-Sul com seca.

A consultoria StoneX divulgou no dia que estima que a nova temporada de cana tenha uma moagem até 6,3% menor no comparativo anual, totalizando entre 567,2 milhões e 578,1 milhões de toneladas como reflexo da estiagem no cinturão produtor.

Veja mais:
» StoneX prevê queda de até 6,3% para moagem de cana no centro-sul em 2021/22


Produção da safra de açúcar na Índia entre outubro e abril está 16% acima do que no ciclo anterior - Foto: CNA

Apesar disso, nas proximidades do fechamento, o mercado passou a cair com força, em perdas próximas dos 2%, diante de indicativos de aumento na produção indiana do adoçante, surpreendendo o mercado, já que o país está em meio ao agravamento da pandemia do coronavírus.

Segundo a Barchart, a Indian Sugar Mills Association trouxe nesta segunda que a produção de açúcar da Índia, de 1 de outubro a 30 de abril, saltou 16% no comparativo anual, totalizando 29,92 milhões de toneladas devido a uma safra abundante e aumento da moagem de cana.

Já como fator positivo, o mercado segue atento para os indicativos da demanda. "A demanda parece estar aquecendo, com o line-up de maio em Santos se aproximando de 2 milhões de toneladas, e provavelmente ultrapassando as 2,4 milhões de t do ano passado", disse em relatório a Marex Spectron.

Também há repercussão do mercado para as oscilações do financeiro na sessão. Os petróleos WTI e Brent operam com ganhos expressivos na sessão, ambos em cerca de US$ 65 o barril. Além disso, o dia é de desvalorização do dólar sobre o real, impactando as exportações.

Mercado interno

Os preços do açúcar voltaram a subir na reta final da última semana. Um importante referencial, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 1,57%, cotado a R$ 112,88 a saca de 50 kg.

Já no Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou alta de 2,87%, negociado a R$ 117,28 a saca, segundo dados da Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha na última sessão o preço FOB cotado a US$ 18,90 c/lb, com alta de 2,02% sobre o dia anterior.

ETANOL

Já o Indicador do etanol hidratado CEPEA/ESALQ - São Paulo teve desvalorização de 0,59% na última semana, a R$ 2,6589 o litro, enquanto que o anidro saltou 0,37%, a R$ 3,0237 o litro.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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