Açúcar perde importantes patamares nas bolsas de NY e Londres nesta 3ª feira
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (09) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e de Londres. O mercado estendeu as perdas da sessão anterior, testando mínimas de semanas, acompanhando uma nova queda do petróleo e o dólar no Brasil.
O principal vencimento do açúcar na Bolsa de Nova York caiu 1,85% no dia, cotado a US$ 15,90 c/lb, com máxima de 16,16 c/lb e mínima de 15,85 c/lb. Já o tipo branco em Londres finalizou a sessão com perda de 1,59%, a US$ 452,70 a tonelada.
O mercado do açúcar retomou mínimas de três semanas nesta sessão. Em ambas as bolsas, o açúcar perdeu patamares importantes nesta terça-feira. O tipo bruto ficou abaixo dos US$ 16 c/lb e o branco no terminal europeu foi para os US$ 450 a tonelada.
"Hoje, tivemos as quedas como reação da alta do dólar, já que grande parte dessa valorização ocorreu ontem depois que o mercado externo do açúcar já tinha fechado", afirma Lígia Heise, consultora sênior em gerenciamento de risco da StoneX.
Açúcar perdeu patamares importantes nesta terça-feira nas bolsas de Nova York e Londres - Foto: Unica
Nesta tarde, o dólar saltava cerca de 0,20%, cotado a R$ 5,792. Um dólar mais valorizado fornece incentivo para a venda de exportação dos produtores de açúcar do Brasil. Além disso, a realização de lucros no dia também contribuiu para as baixas do açúcar.
Apesar da queda no dia, Lígia ainda vê um cenário favorável aos preços do açúcar considerando os fundamentos.
Além disso, mais uma vez, as cotações sentiram o peso do petróleo, com quedas tanto no WTI quanto no Brent nesta terça-feira. Os preços mais fracos do petróleo bruto tendem a impactar a gasolina e, por consequência, o etanol perde competitividade.
Com isso, analistas apontam que as usinas de açúcar podem desviar a maior parte da moagem para a produção do adoçante, aproveitando-se de um cenário melhor.
Mercado interno
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) apontou que o mercado do açúcar registra movimento lento de negócios nesse período de entressafra.
"Tem sido comum as usinas deixarem de negociar açúcar no mercado spot para atender volumes já contratados. O comprador, por sua vez, na expectativa de conseguir preços mais baixos com o início da nova safra, que oficialmente começa em 1º de abril/21, adquire pontualmente apenas pequenos volumes", disse o centro.
O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, fechou com alta de 0,38%, a R$ 107,20 a saca de 50 kg na segunda-feira (08).