Raízen/Ricardo Mussa: extensão da cota de etanol foi oportunidade para negociação continuar de pé
A extensão da cota de importação de etanol foi uma forma de manter aberta a negociação com os Estados Unidos para a abertura de mercado ao açúcar brasileiro, disse o CEO da Raízen, Ricardo Mussa. No entanto, ressalvou, se essas negociações não derem certo, o ideal seria acabar com a cota. "Foi uma estratégia do governo para manter aberta a conversa do açúcar, mas se nada acontecer nessa conversa a gente tem que terminar a cota (de etanol)", disse ele ao Broadcast Agro. "Se eles não fizerem nada, também não temos que fazer nada."
Mussa defendeu o governo e elogiou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. "Achei a posição do governo muito correta. Como empresa, nós gostamos de livre mercado, mas nós, como País, devemos exigir reciprocidade, e no caso dos EUA isso não existe", afirmou.
Em relação à postura dos Estados Unidos, Mussa acredita que o país deve ficar mais fechado até a eleição presidencial, marcada para 3 de novembro. "Antes da eleição, acho difícil (abrirem o mercado para o açúcar brasileiro). Neste momento, eles não devem querer dar notícias que podem ser interpretadas como prejudiciais", disse. "A expectativa para os próximos 30 dias é baixa."
Sobre as conversas com a Biosev - que informou estar em negociações para a venda de suas operações para a Raízen -, Mussa afirmou que não há novidades que possam ser divulgadas ao mercado. "Como falamos, há conversas em andamento, mas nada vinculante. Continuamos no mesmo estágio que o anterior."