OIA vê déficit global de açúcar em 2020/21 conforme demanda se recupera
LONDRES (Reuters) - A Organização Internacional do Açúcar (OIA) previu nesta terça-feira um pequeno déficit global de açúcar de 724 mil toneladas na temporada 2020/21, conforme o consumo se recupera da fraqueza relacionada à pandemia de Covid-19 na temporada anterior.
O órgão intergovernamental também afirmou em um relatório trimestral que reduziu drasticamente sua previsão para o tamanho do déficit esperado em 2019/20, para 136 mil toneladas, de 9,3 milhões de toneladas previamente, em parte por uma revisão para baixo no consumo.
"Não se espera que o impacto sem precedentes da Covid-19 sobre o consumo em 2020 se repita. Em vez disso, prevemos uma reversão substancial à medida que as indústrias e governos se concentram em retomar a economia", disse a OIA.
A organização previu que o consumo global de açúcar aumentaria 2,6% em 2020/21 (outubro/setembro) para 174,19 milhões de toneladas, enquanto a produção foi projetada para aumentar 2,3%, a 173,46 milhões.
O relatório afirma que nenhuma avaliação do impacto da Covid-19 sobre o consumo em 2020/21 foi feita nesta fase, observando que não é aconselhável avaliar futuras restrições de movimento ou seu impacto.
"Embora seja amplamente percebido que a pandemia não terminará até que uma vacina seja encontrada, o impacto no consumo global de açúcar foi definido até agora como função de uma restrição no movimento e do consumo fora de casa, ao invés de uma mudança pessoal hábitos de consumo", disse a OIA.
O órgão disse que o aumento esperado na produção em 2020/21 se baseia em parte em uma recuperação na produção indiana para 31,5 milhões de toneladas, acima dos 27,2 milhões da temporada anterior.
Isso seria parcialmente compensado por uma queda prevista na produção no Brasil para 34,7 milhões de toneladas, de 37,4 milhões em 2019/20.
A fraca demanda por etanol associada a bloqueios para desacelerar a disseminação do Covid-19 levou usinas no Brasil a aumentarem a proporção de cana que usam para fazer açúcar em vez do biocombustível durante a atual temporada.
A mudança contribuiu para a queda acentuada no tamanho do déficit global previsto na temporada 2019/20.
(Por Nigel Hunt)