Produção de açúcar em Goiás deve crescer 53,6% na safra 2020/2021
A segunda estimativa da safra 2020/2021 de cana-de-açúcar aponta produção de mais de 77,3 milhões de toneladas em Goiás, crescimento de 2,7% em relação à safra anterior (2019/2020). Com esse volume, o Estado deve responder por 12% da produção nacional e manter a segunda posição no ranking brasileiro, atrás apenas de São Paulo. Um dos motivos para esse resultado é a crescente demanda por açúcar no mercado internacional. A previsão é que Goiás registre aumento de 53,6% na produção desse subproduto em relação à safra anterior, alcançando 2,7 milhões de toneladas de açúcar na safra 2020/2021. Os números integram o 2º Levantamento da Safra 2020/2021 de Cana-de-açúcar, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta quinta-feira (20/8).
A área destinada à produção de cana no Estado, nesta safra, também deve crescer. Está estimada em 965,9 mil hectares, sendo 2,4% maior que a observada na safra passada. Em relação ao destino dessa cana, 26,2% são para a produção de açúcar (na safra anterior o número era de 17,3%) e 73,8% para a produção de etanol (safra passada foi de 82,7%). Com isso, a expectativa é que Goiás seja responsável por 6,96% da produção nacional de açúcar, ocupando a terceira posição no ranking brasileiro, enquanto de etanol a previsão é de 17% da produção nacional, sendo segundo lugar no ranking, com mais de 4,7 bilhões de litros na atual safra.
De acordo com o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, a evolução de todos esses números no setor sucroenergético na atual safra, em comparação com a anterior, é reflexo de fatores como incentivos ao setor no Estado, boas condições climáticas em Goiás - até o momento -, e investimentos realizados nas unidades de produção. “São questões que contribuem para que o nosso Estado consiga ampliar área plantada, produção e produtividade nesta safra que está em desenvolvimento”.
Antônio Carlos destaca ainda a ligeira mudança no perfil do destino da produção de cana, causada por fatores externos e internos, que vão desde a oferta mundial limitada de açúcar em importantes produtores asiáticos, as taxas de câmbio até a redução do consumo nacional de etanol por causa da pandemia da Covid-19. “Fatores climáticos interferiram em países da Ásia, que são grandes produtores de açúcar, e isso refletiu por aqui, já que houve maior procura pelo açúcar brasileiro e goiano. Com isso, aumentou a demanda pelo produto nacional. A tendência é que as unidades locais vão aproveitar mais a cana para a fabricação de açúcar. Por isso o salto previsto de 17,3% na safra passada para 26,2% na atual”, enfatiza.
Brasil
A estimativa da safra 2020/2021 indica produção de 642,1 milhões de toneladas de cana no Brasil, com leve retração de 0,1% em relação à temporada anterior. Com esse volume de cana deve ser produzido o recorde de 39,3 milhões de toneladas de açúcar, situando o Brasil no patamar de maior produtor do mundo por dois anos seguidos, com um crescimento de 32% em relação ao que foi alcançado na última safra.
A produção já tem mercado garantido, de acordo a equipe da Conab. A exportação brasileira de açúcar aumentou expressivos 69,9% nos quatro primeiros meses dessa safra (abril-julho) em relação ao mesmo período de 2019, e a expectativa é de que continue em alta.
A produção de etanol oriundo de cana-de-açúcar, nesta safra, deverá ser de 27,8 bilhões de litros no Brasil. Esse valor representa uma redução de 18,3% em relação à safra passada. Vale lembrar que, na última safra, a maior disponibilidade na produção de cana e o quadro conjuntural negativo experimentado pelo açúcar, possibilitaram que majoritariamente a produção fosse convertida em etanol, tornando a produção daquela safra a maior da história do setor sucroenergético nacional.
O etanol anidro, que é adicionado à gasolina, deverá ter uma produção de 8,3 bilhões de litros, 17,3% a menos que na safra 2019/2020. Para o etanol hidratado, fabricado a partir da cana-de-açúcar, a estimativa é de forte redução, estimando-se atingir 18,4%, comparado ao exercício passado. A previsão atual contempla uma produção de 19,5 bilhões de litros, contra 23,9 bilhões da safra passada.