Alta de preço global de açúcar deve ser limitada por queda na perspectiva de déficit 20/21, diz Itaú BBA
A valorização dos preços do açúcar no mercado internacional tende a ser limitada por uma redução nas perspectivas de déficit global para a safra 2020/21, avalia o Itaú BBA. Em relatório mensal sobre commodities, analistas do banco explicam que o aumento da produção do adoçante no Brasil e a projeção de recuperação nas exportações indianas devem preencher a lacuna esperada anteriormente para a oferta durante a temporada.
Do ponto de vista internacional, o Brasil deve ser favorecido pela entressafra asiática e a menor disponibilidade de açúcar na Tailândia e na Índia, em virtude de uma quebra na produção, afirma o banco. "Isso pode abrir espaço à participação do adoçante brasileiro em importadores cativos desses países."
Os analistas se debruçam, ainda, sobre a demanda da China, responsável por grande parte dos embarques da commodity brasileira. Além disso, os chineses retiraram neste ano a taxa de salvaguarda do açúcar nacional, o que contribui para uma expectativa de que haverá uma continuidade nos grandes volumes de importações. "Os chineses tendem a aproveitar os patamares baixos dos preços para incrementar os estoques com o objetivo de minimizar os riscos de abastecimento caso tenha uma segunda onda de coronavírus", disse o Itaú BBA no relatório.
O cenário reforça a importância da fixação dos preços futuros do açúcar em reais, dizem os analistas, especialmente por causa da valorização do dólar ante a moeda brasileira.