Geração de energia "carbono zero" impulsiona projetos e pesquisas de forma sustentável

Publicado em 06/08/2019 15:16
A produção de eletricidade com baixa emissão de gases de efeito estufa é o foco do Projeto Sucre, que será debatido durante a 27ª FENASUCRO & AGROCANA, e segue a tendência do mercado de biomassa

A geração de energia "carbono zero" é um dos principais potenciais da matriz energética brasileira e ganha destaque por meio da produção limpa e renovável, feita a partir da biomassa advinda da moagem da cana-de-açúcar (bagaço e palha), de restos de madeira, biogás, carvão vegetal, casca de arroz, capim-elefante e outras biomassas.

De acordo com dados da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a capacidade instalada, atualmente outorgada no país pela ANEEL, é de 169.664 MW, representando 9% da matriz elétrica do Brasil, ocupando a 4ª posição sendo superada somente pelas usinas de fonte hídrica, termelétricas a gás natural e eólicas.

A posição estratégica da bioenergia estimula o interesse do setor que busca informações e atualizações de plantas industriais. Neste sentido, a 27ª FENASUCRO & AGROCANA, que acontecerá de 20 a 23 de agosto, em Sertãozinho (SP), conta com o tema "Renovando seus negócios" e apresentará soluções e conteúdos voltados para o cenário da matriz bioenergética.

"Os anos de 2018 e 2019 vêm mostrando a relevância da bioenergia e, por isso, inúmeras empresas querem se relacionar e desenvolver produtos para esse setor", afirma Paulo Montabone, diretor da feira.

A entidade e os representantes do setor acreditam que por meio do RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis), política criada para garantir o papel estratégico dos biocombustíveis e a segurança energética, a bioeletricidade sucroenergética para a rede tem potencial para crescer em quase 60% até 2030, saindo de 21,5 mil GWh, em 2018, para 34 mil GWh, em 2030.

A geração de bioeletricidade, em 2018, equivale ao consumo anual de 11,4 milhões de residências e evitou a emissão de 6,4 milhões de CO2, o que só pode ser possível com o cultivo de 45 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.

"Existe um grande potencial a se trabalhar. Mesmo com o potencial de crescimento até 2030 utilizaremos apenas 20% da capacidade de produção. É o momento de modernização do setor elétrico e a bioeletricidade tem muita competitividade", afirma Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA.

Pesquisa e novas tecnologias

O potencial e as inovações no setor de geração de energia "carbono zero" envolvem a produção de pesquisas em busca de novas tecnologias como o Projeto SUCRE (Sugarcane Renewable Electricity), realizado pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (em inglês, Global Environment Facility – GEF) e em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Os aspectos do projeto, que tem como objetivo aumentar a produção de eletricidade com baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE) na indústria de cana-de-açúcar, serão apresentados na 27ª edição da Fenasucro & Agrocana durante o IX Seminário de bioeletricidade, no dia 21 de agosto, a partir das 9h30, no auditório Fenasucro.

Na ocasião, o pesquisador Marcos Watanabe destacará a identificação e sugestão de soluções para transpor as barreiras tecnológicas, econômicas e agroambientais para o uso pleno e sistemático da palha da cana-de-açúcar para a produção de bioeletricidade.

"O uso da palha da cana-de-açúcar tem potencial para atender 100% da demanda residencial atual de todo o país", afirma Watanabe.

Setor se reúne em agosto

Todas as discussões que envolvem o setor sucroenergético e de bioenergia serão tratadas durante a 27ª FENASUCRO & AGROCANA, que acontecerá de 20 a 23 de agosto, em Sertãozinho (SP).

Realizado pelo CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e organizado pela Reed Exhibitions Alcantara Machado, o evento reunirá empresários do Brasil e do exterior em busca de projetos e soluções focados nas oportunidades e perspectivas de negócios envolvendo a matriz energética sustentável. A Feira Internacional de Bioenergia também apresentará uma grade de eventos de conteúdo com a presença de representantes de diversas entidades, órgãos governamentais, universidades, empresas multinacionais, entre outros, que abordarão temas como RenovaBio, bioeletricidade, transporte e logística, mercado sucroalcooleiro e indústria 4.0.

Fonte: FENASUCRO

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