Longe do preço de possível déficit global, açúcar devolve alta 'voo da galinha' da 3ª
O açúcar devolveu os 19 pontos que o contrato julho havia se elevado na terça na ICE Futures (Nova York), mostrando mais uma vez que nessa franja que anda circulando, abaixo dos 12 c/cp, definitivamente não é preço de déficit global como mostram inúmeros levantamentos.
Próximo do custo de produção, ou já abaixo deste para muitas empresas com custos operacionais mais altos, a tela principal fechou nesta quarta (22) em 11.62 c l/p, exata cotação da segunda, que também havia subido marginalmente feito voo da galinha.
O outubro voltou para pertinho dos 12 c/lp, o que também é pouco quando se olha praticamente o fim da safra do Centro-Sul e a recém iniciada safra indiana sob a perspectiva de um possível descasamento entre produção menor e procura maior.
Amanhã é aguardado o balanço de oferta e demanda global que o USDA divulgará no final do dia, portanto também será outro dia sem grandes novidades.
Na sexta, sim, os negócios deverão ser balizados pelos dados do órgão americano, que, em novembro passado, trouxe superávit global em torno dos 9 milhões toneladas ainda escorados em estoques globais de 52 mi/t.
Como o Notícias Agrícolas deu na sexta (17), com ajuda de Maurício Muruci, da Safras & Mercado, com base nos dados do Departamento de Agricultura os mercados estão ignorando aos déficits globais de consultorias, entidades, bancos e tradings, que vão para todos os lados.
Entre 1 mi/t e pouco, ou perto dos 2 mi/t, até oferta abaixo da demanda em até 7 mi/t, pode-se escolher qualquer número que se encontrará quem o assina.
Ocorre que com a baixa inelasticidade da commodity, dificilmente se neutralizaria os registros feitos pelo USDA. Que, se ainda fossem poucos, se acrescem de dados recentes de ganho de produção na Índia para quase 33 mi/t, ante previsão inicial, das próprias usinas locais, de 31 mi/t.
E mais um tanto considerável de adoçante que falta ser escoado externamente.
Etanol
O hidratado voltou a se recuperar no mercado físico pela demanda proporcionada na bomba, atenuando a queda de safra iniciada mais alcooleira. Na semana fechada em 17, o Cepea registrou aumento de mais de 4%, acima de R$ 1,60 o litro na usina.
O petróleo deu um refresco em Londres, por melhores estoques dos EUA, apesar de acima dos US$ 70/barril, mas a Petrobras ainda tem sobra para desovar nos preços da refinaria as cotações que chegaram aos US$ 75.
E o dólar mantém as importações mais altas, ainda mais se segurar os R$ 4 e tanto dos últimos dias.