Biosev diz que analisa "alternativa estratégica" para usina na Paraíba
SÃO PAULO (Reuters) - A Biosev, braço sucroenergético da trading global Louis Dreyfus Company (LDC), "analisa potencial alternativa estratégica" envolvendo a usina Giasa, na Paraíba, disse a companhia nesta quarta-feira.
Em comunicado ao mercado, a companhia ressaltou, no entanto, que não há no momento "qualquer aprovação societária ou documento vinculante de alienação" a respeito do ativo, após pedido de esclarecimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre a forte alta das ações da empresa nesta semana.
A Reuters publicou na segunda-feira, com base em fontes, que o grupo sucroenergético está negociando a venda de mais unidades processadoras de cana-de-açúcar no Brasil, a fim de reduzir dívidas. Os papéis da Biosev chegaram a disparar 37 por cento no pregão da segunda-feira.
Em seu comunicado, o grupo sucroenergético disse que "não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante não divulgado que possa justificar as oscilações atípicas" e lembrou que as referências internacionais do açúcar tem apresentado valorização, o que pode ter efeito sobre suas ações.
"A companhia continua focada em aumentar sua geração de caixa e fortalecer sua estrutura de capital por meio do seu programa de competitividade operacional, o que inclui revisar potenciais alternativas estratégicas relacionadas ao seu portfólio de ativos, bem como diversificar suas fontes de financiamento", acrescentou a Biosev.
No mês passado, a empresa já havia anunciado a venda de uma usina no Rio Grande do Norte, em um movimento que ocorre sete meses depois que a Louis Dreyfus socorreu a Biosev com uma injeção de capital de 1,05 bilhão de dólares.
A Biosev possui uma grande usina desativada em Mato Grosso do Sul, a de Maracaju, cujas operações foram interrompidas no final do ano passado.
No total, considerando-se a usina de Maracaju, a Biosev possui nove usinas no Brasil, o maior produtor mundial de açúcar. Ela também opera um terminal de exportação de açúcar no Guarujá (SP).
(Por José Roberto Gomes)