Pesquisador brasileiro é premiado na ÁFrica do Sul por trabalho sobre cana no Piauí
Foi num dos mais antigos e mais importantes eventos da cana-de-açúcar do mundo, o South African Sugarcane Technologists’ Association Congress (SASTA), que o doutorando do programa de pós-graduação em Engenharia de Sistemas Agrícolas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESalq/USP), Henrique Boriolo Dias, teve seu trabalho premiado na 91ª edição do congresso, realizado em Durban, África do Sul, entre os dias 14 e 16 de agosto de 2018.
E foi numa das fronteiras agrícolas do País com potencial de expansão da produção de alimentos e bioenergia, o Piauí, que o doutorando avaliou a interação entre variedades, ambiente e manejo com o objetivo de explorar o potencial de expansão da produção de alimentos e bioenergia.
O trabalho intitulado Modelling sugarcane yields and reduced growth phenomenon under high input conditions in tropical Brazil sinalizou que algumas variedades atingiram produtividades no campo da ordem de 200 t/ha em apenas 8 meses de cultivo, mostrando como as condições climáticas dessa fronteira são favoráveis para cana-de-açúcar irrigada.
O pesquisador destacou que o trabalho avaliou e melhorou o modelo de cana-de-açúcar da plataforma australiana de sistemas agrícolas APSIM, um dos mais importantes no setor canavieiro, para estimar a produtividade da cultura. “O desempenho do modelo foi substancialmente melhorado em termos de interceptação da radiação solar e acúmulo de biomassa. Desse modo, as melhorias evitam superestimações da produtividade da cultura e agora permite que estudos, por exemplo, envolvendo irrigação, yield gap e mudanças climáticas sejam mais realistas no contexto da pesquisa científica, planejamento a tomada de decisão pelos usuários do modelo”, informou o doutorando.
Tudo isso rendeu a Boriolo Dias, o Prêmio “Melhor trabalho na seção de Posters em Agricultura” na reunião do SASTA.
O pesquisador, que atualmente desenvolve parte do projeto de doutorado na James Cook University (Austrália), teve como orientador o professor Paulo Cesar Sentelhas, do departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB) da Esalq, com colaboração do pesquisador Geoff Inman-Bamber da referida universidade australiana e da empresa Terracal Alimentos e Bioenergia. A bolsa é da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP).