Safra de cana 2018/19 em Mato Grosso do Sul deve crescer a 50 mi t, diz Biosul
SÃO PAULO (Reuters) - A safra de cana 2018/19 em Mato Grosso do Sul, quarto maior produtor do país, deve crescer 6,4 por cento ante o ciclo passado, na contramão do restante do centro-sul do Brasil, conforme o Estado foi menos impactado pela seca dos últimos meses, disse nesta terça-feira o presidente da associação dos produtores Biosul, Roberto Hollanda Filho.
"A falta de chuvas levanta preocupações, mas em Mato Grosso do Sul foi menos intensa do que em São Paulo e Paraná, por exemplo", destacou ele no intervalo do Global Agribusiness Forum (GAF), em São Paulo.
Conforme ele, o Estado deve produzir cerca de 50 milhões de toneladas de cana na temporada vigente, contra 47 milhões na temporada passada, marcada por uma forte geada em julho –o fenômeno climático, por sinal, provocou perdas nos canaviais sul-mato-grossenses nos invernos dos últimos anos, algo não observado em 2018 até agora.
O aumento contrasta com o desempenho esperado para o centro-sul como um todo. Recentemente, por exemplo, a consultoria INTL FCStone projetou que a moagem na principal região produtora do maior player global do setor sucroenergético será a menor desde 2014/15.
Hollanda Filho disse que Mato Grosso do Sul já colheu até o momento 20,8 milhões de toneladas de cana, com produção de 414 mil toneladas de açúcar, 300 milhões de litros de etanol anidro e 1,03 bilhão de litros de hidratado.
Ele destacou ainda que, por ora, a seca não representa riscos para a safra do ano que vem e tem contribuído para uma maior concentração de sacarose na cana. O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) está 5 por cento maior em 2018/19 em Mato Grosso do Sul, com quase 129 kg por tonelada de cana processada.
(Por José Roberto Gomes)