Açúcar perdeu 5% na ICE nesta segunda; café também recuou
Os contratos futuros do açúcar bruto na ICE afundaram 5 por cento nesta segunda-feira, sua maior queda diária em mais de 13 meses, após o término da greve dos caminhoneiros no Brasil, maior produtor mundial, enquanto os preços do café também recuaram.
A queda acontece em linha com outras commodities– o índice Thomson Reuters CoreCommodity, que acompanha diversos mercados, caiu para uma mínima de sete semanas.
O contrato julho do açúcar bruto terminou em queda de 0,62 centavo de dólar, ou 4,95 por cento, a 11,9 centavos de dólar por libra-peso, maior perda diária desde abril de 2017.
A queda deixou o primeiro contrato bem abaixo da máxima de três meses de sexta-feira, de 12,97 centavos de dólar.
Operadores disseram que as mudanças feitas no Brasil para cortar os preços dos combustíveis depois dos protestos de caminhoneiros por todo o país podem tornar menos atraente o uso da cana-de-açúcar para produzir etanol. "A saída do etanol para o excesso de oferta de açúcar não funcionou por muitos anos porque o governo brasileiro fixava os
preços da gasolina em níveis artificialmente baixos", disse o analista do Commonwealth Bank of Australia, Tobin Gorey, em nota de mercado.
"O temor do mercado de açúcar é que o governo do Brasil, sob forte tensão política, voltará a essas antigas políticas." O açúcar branco para agosto caiu 15,60 dólares, ou
4,4 por cento, a 337,40 dólares por tonelada, tendo também sua maior queda em um dia desde julho de 2017. O contrato julho do café arábica fechou em baixa de 1,25 centavo de dólar, ou 1 por cento, a 1,215 dólar por libra-peso.
Os preços caíram da máxima de quatro meses da sessão anterior também devido ao final dos protestos dos caminhoneiros no Brasil, que haviam puxado as cotações.
O café robusta para julho perdeu 5 dólares, ou 0,3 por cento, encerrando a 1.745 dólares por tonelada.