Açúcar: exportações da Índia, produção da China e clima favorável no BR levam mais perdas a NY
Junto com o componente que derrubou o açúcar ontem na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o ganho na safra brasileira do Centro-Sul em 17/18, o mercado nesta quarta (11) precificou mais fundamentos. E todos os contratos de 2018 recuaram um pouco mais, de 7 a 8 pontos.
Vale dizer que o maio, apesar de quase encostado nos 12 c/lp cravados – fechou em 12.06 – não é mais considerado o contrato driver – e sim os dois próximos. Nesse caso, também houve rolagem de posições do contrato maio.
A tendência longa continua de que eles cheguem mais próximos de entrar na fronteira dos 11 c/lp, especialmente o julho, como o Notícias Agrícolas já vem dando há algum tempo com o suporte de Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.
Na sessão de hoje, portanto, o julho saiu fixado em 12.12 e o outubro a 12.40.
O alimento sentiu o peso das notícias da Índia sobre exportações compulsórias de 2 milhões de toneladas, que vieram agora na esteira da decisão de dois dias atrás do governo em pagar um bônus por tonelada de cana entregue às usinas. Enquanto fortalece sua produção no campo, essencial para o equilíbrio social e político, o país se vê forçado a enxugar o excedente, da ordem de 4 mi/t, via mercado externo.
O segundo fundamento, de acordo com o Muruci, foi o informe da China, mostrando uma evolução de 42% de produção de açúcar em março, acumulando alta de 10% no ano, para 8 milhões de toneladas. Isso limita naturalmente o apetite importador, que, para o Brasil, já vinha limitado, e muito, com sobretaxa imposta em 2017 contra o adoçante brasileiro.
O mercado climático também entrou no jogo, lembrou o analista da Safras, com os agentes acompanhando o tempo bom, já em três semanas no Brasil, e sem risco de chuvas até para mais de uma semana a frente, portanto, sem atrapalhar a colheita e a moagem na safra 18/19 recém-iniciada.
Tudo isso, mais os dados da Unica – a entidade principal das indústrias – que na sessão da véspera fortaleceu a queda de Nova York, com o reporte mostrando aumento de 1,2% de açúcar na safra 17/18 – 36 mi/t – e que superou suas próprias estimativas anteriores, tiram o apetite por um mercado muito inchado de oferta.