Com joint venture, Copersucar e BP buscam otimizar operação e amplicar negócios de etanol
Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - A Copersucar, uma das maiores empresas do setor sucroenergético do mundo, e a BP Biocombustíveis pretendem otimizar a logística de fornecimento de etanol e ampliar a presença comercial no país a partir de uma joint venture anunciada nesta quinta-feira.
A parceria, em que cada empresa terá participação de 50 por cento, é para operar o terminal de armazenagem de etanol conhecido como Terminal Copersucar de Etanol, em Paulínia (SP), principal polo de combustíveis do Brasil, com acesso a importantes rodovias, dutos e, no futuro, ferrovia.
Não foram divulgados valores da transação, que está sujeita à aprovação de órgãos reguladores.
O acordo ocorre na mesma semana em que a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei do RenovaBio, política de biocombustíveis que pode gerar investimento trilionário no segmento até 2030.
Em operação desde setembro de 2014, o terminal de Paulínia possui dez tanques, com capacidade total de armazenagem de 180 milhões de litros de combustível e de movimentação de 2,3 bilhões de litros por ano, com possibilidade de ampliação.
Atualmente, o terminal é gerido exclusivamente pela Copersucar, integrada por mais de 20 grupos sucroalcooleiros do Brasil. Além dos acionistas, o terminal continuará prestando serviços aos demais clientes, informaram as empresas em comunicado.
"Essa importante parceria com a Copersucar nos permitirá ampliar de forma relevante a presença comercial da BP no Brasil. Além dos evidentes benefícios estratégicos da localização geográfica e acesso multimodal do terminal, os ativos dispõem do mais alto padrão de segurança", disse o presidente da BP Biocombustíveis e chefe da BP no Brasil, Mario Lindenhayn.
"A nova joint venture otimizará a logística do etanol, com ganhos de competitividade e flexibilidade no atendimento ao mercado", disse o presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza, também na nota.
Essa não é a primeira joint venture formada pela Copersucar.
Em março de 2014, a empresa se uniu à Cargill para formar a Alvean, combinando as atividades globais de comercialização de açúcar na maior trading do setor.
Já a BP Biocombustíveis faz parte do negócio de Energias Alternativas da BP e opera no Brasil por meio de três unidades --duas localizadas em Goiás e uma em Minas Gerais, com capacidade combinada de moagem de 10 milhões de toneladas de cana de açúcar por ano e produção de 1000GW/hora por ano de energia.
(Por José Roberto Gomes)