Maggi recebe pleito de entidades sobre preço da cana e temas afins

Publicado em 09/11/2017 16:13
Ministro da Agricultura sinaliza apoio para demandas na reunião de hoje

O setor canavieiro brasileiro, um dos mais tradicionais do agro nacional, saiu satisfeito da reunião com o ministro da Agricultura Blairo Maggi em Brasília nesta quinta-feira (9). O atual panorama e desafios do setor, a exemplo do baixo preço da cana praticado pelos industriais do ramo e a inadimplência de usinas sobre o pagamento da cana do agricultor, foram alguns dos temas expostos pela Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) e a União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida).

"O ministro se mostrou disposto a auxiliar nos pleitos sobre atualização e modernização dos conselhos de produtores de cana, etanol e açúcar, a fim de evitar a depreciação do preço da matéria-prima do segmento", conta Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana. Maggi também ficou de estudar meios de evitar a inadimplência do pagamento da cana do agricultor pelas usinas. O caso tem acontecido bastante em Goiás, embora não seja exclusividade deste estado. No Norte/Nordeste, por exemplo, o Ministério da Agricultura tem políticas que proíbem as usinas inadimplentes de aderirem aos benefícios de um programa brasileiro de exportação do setor voltado ao mercado dos EUA (Cota Americana).   

O setor canavieiro também ouviu do ministro o empenho da sua pasta no apoio à aprovação legislativa do projeto da nova lei de cultivares, importante para os produtores de cana-de-açúcar, mas também para as demais culturas agrícolas. O encontro contou inclusive com a presença do presidente da Confederação Nacional da Agricultura, José Martins, que defendeu este e as demais reivindicações da Feplana e da Unida. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, um dos articuladores da reunião, que não participou porque tinha outro evento em São Paulo, fez questão de ligar para Maggi durante a audiência em defesa do pleito do setor de canavieiros, que já representou 70% de toda a cana produzida no país.

Blairo ainda garantiu seu empenho quanto à lei das dívidas rurais, que já vence no próximo mês, mas, em função dos cinco últimos anos de seca no NE, os agricultores, endividados e descapitalizados, não conseguirão aderir aos benefícios financeiros desta lei, sobretudo quanto à liquidação dos passivos oriundos de antigos financiamentos aos bancos públicos para investir nas lavouras, ora destruídas em grande parte pela seca, como foi explicado na reunião pelo representante da Unida, José Inácio.

Inácio, que também preside a Associação dos Plantadores de Cana do Estado da Paraíba (Asplan), aproveitou ainda para mostrar ao ministro que, tecnicamente, a cana é a única cultura viável para grande parte da Zona da Mata nordestina, devendo, portanto, sua atenção sob pena de elevar as já vulnerabilidades socioeconômicas da população da região, gerando grande caos, visto que milhares dependem da cultura da cana.

"Além do mais, diferente da cultura de grãos, a qual pode se trocada no curto prazo de tempo, e cultivadas até juntos, a cana é única e precisa de no mínimo cinco anos, duração de vida da planta, para ser viável seu investimento", frisaram Lima, Inácio e Enio Fernandes, que é presidente da Comissão de Cana da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Desse modo, o setor canavieiro aproveitou para pedir apoio do ministro junto ao presidente do país para que seja garantido aos agricultores da cana os mesmos benefícios do Renovabio que serão concedidos aos industrial do etanol. O Renovabio está para ser publicado pelo governo.  

Fonte: Unida

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