Produção de açúcar na União Europeia será chave para definição de preços, afirma INTL FCStone

Publicado em 10/10/2017 10:53
Após anos limitadas por sistemas de cotas, usinas da UE passam a ficar livres para definir quantidade e destino do produto

Depois de um semestre de pouca movimentação devido à proximidade em relação à paridade com o etanol no Brasil, o mercado internacional de açúcar se volta para a safra do Hemisfério Norte, para a qual se espera grande aumento das exportações, principalmente de açúcar branco. “Com expectativas muito otimistas no mercado, quaisquer problemas nestes países podem levar à recuperação nos preços”, alerta o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho.

Nos próximos meses, o principal foco do mercado internacional de açúcar será a produção na União Europeia, Índia, Tailândia e Paquistão. Depois de muitos meses de especulação, os primeiros resultados de campo vindo destes países confirmarão ou frustrarão as expectativas dos agentes quanto à produção de países, que hoje são muito otimistas.

“Na União Europeia, depois de anos com a produção e exportação limitadas por sistema de cotas, as usinas do bloco ficarão livres para produzir o quanto açúcar desejarem e destinarem este produto a qualquer mercado disponível”, explica João Paulo Botelho, em relatório divulgado pela INTL FCStone.

Esta nova possibilidade levou as empresas dos países mais eficientes do grupo (França e Alemanha, principalmente) a aumentar a área plantada, objetivando aumentar as exportações. Além disso, apesar de clima não muito favorável em algumas áreas, os primeiros testes têm elevado as expectativas para a produtividade.

Na Índia e Tailândia, espera-se que a recuperação após a seca de 2015 leve a forte recuperação na produção. No primeiro país, ainda que não sejam atingidas as máximas de 2014/15, espera-se recuperação de mais de 20% na produção indiana. Já no segundo, a dúvida do mercado é hoje se a produção alcançará ou não os recordes do país.

No Paquistão, depois de produção surpreendente ano passado, que foi resultado de aumento forte na área plantada e clima melhor que o normal, ficou a dúvida se 2016/17 foi uma excepcionalidade, ou se o país passará a produzir açúcar em outro patamar. Pesa contra a segunda possibilidade a baixa competividade do país no nível atual de preços internacionais, que leva à necessidade de subsídios para a exportação.

Demanda e safra 2018/19

Também serão determinantes para os preços do açúcar a reação da demanda aos preços mais baixos da commodity no mercado internacional e qual será o impacto destes sobre a área plantada em importantes países produtores. “Neste quesito, é importante destacar players que estão passando ou passarão por liberalização de seu mercado, como UE e Tailândia”, resume o analista Botelho.

Fonte: INTL FCStone

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