Centro-sul pode aumentar produção de açúcar em 1 mi t em 2017/18, diz Udop

Publicado em 08/08/2016 16:46

SÃO PAULO (Reuters) - O centro-sul do Brasil poderá elevar sua produção de açúcar em até 1 milhão de toneladas na próxima safra devido a investimentos, ainda que modestos, em nova capacidade de processamento, estimou nesta segunda-feira o presidente-executivo da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), entidade que reúne dezenas de usinas, Antonio Cesar Salibe.

Na atual temporada 2016/17, o Brasil está a caminho de produzir um total de aproximadamente 35 milhões de toneladas do adoçante, conforme estimativas de consultorias e da indústria.

Segundo Salibe, com as cotações favorecendo atualmente o lucro na venda de açúcar, toda a capacidade instalada disponível para a produção da commodity já está sendo utilizada.

O setor tem registrado alguns investimentos de destilarias, que produzem apenas etanol, para passar a produzir também açúcar, sem contar com projetos em usinas mais estruturadas, também buscando maior produção de açúcar.

"Isso vai dar 1 milhão a mais de açúcar (na próxima temporada)", estimou o executivo, destacando que o aumento representaria crescimento de apenas 3 por cento na produção brasileira e um volume incapaz de resolver o déficit global projetado para os próximos meses.

Para o próximo ciclo, a Udop projeta uma estabilidade no volume de cana produzida e processada no centro-sul do Brasil, na comparação com 2016/17. Deverá haver um maior investimento em renovação de canaviais, mas isso não renderá maior produção imediatamente.

"Depende muito das condições climáticas. Se tivermos condições normais, vamos ficar estáveis (em volume de cana)", disse Salibe em entrevista à Reuters nos bastidores de um evento em São Paulo.

Para a parte final da atual safra, o executivo projeta que períodos prolongados de seca este ano poderão ser sentidos com alguma perda de produtividade agrícola (toneladas de cana por hectare), mas ajudarão na concentração de açúcar por tonelada de cana. O resultado deverá ser uma produção de açúcar e etanol dentro das previsões, mas com ganhos em custos operacionais.

"A indústria vai ter que processar menos água", afirmou Salibe.

(Por Gustavo Bonato)

Fonte: Reuters

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