Produção de açúcar no Centro-Sul deve atingir 35,3 milhões de toneladas na safra 2016/17, afirma INTL FCStone
O clima no Centro-Sul vem sendo mais seco desde fevereiro, tanto em relação ao ano anterior como à média histórica para o período, condição que favoreceu o início precoce da moagem em muitas usinas. De acordo com avaliação da INTL FCStone, a perspectiva de precipitação próxima à média histórica para os próximos meses deve levar a moagem mais rápida em relação à safra passada, quando chuvas entre julho e setembro levaram algumas usinas a perderem mais de 30 dias de moagem durante os meses de pico da colheita.
Por outro lado, a falta de chuvas por afetar a produtividade agrícola dos canaviais em algumas importantes regiões. Para a consultoria, a moagem de cana no acumulado da safra 2016/17 no Centro-Sul do Brasil deve ficar em 619 milhões de toneladas, apenas 0,2% acima da safra 2015/16.
Cabe destacar também que o clima seco em boa parte do Centro-Sul vem apresentando efeito positivo sobre a concentração de açúcar na cana, que apresentou média de 117,4 Kg/t em abril, 7,4% acima da safra passada.
“Nos próximos meses, a tendência é que o Açúcar Total Recuperável (ATR) continue aumentando conforme a tendência sazonal desta variável. Além disso, a mudança na metodologia de divisão entre as safras ‘retirou’ da temporada 2016/17 o elevado volume de cana bisada processado no primeiro trimestre do ano e que apresentava ATR médio baixo”, explica o Analista de Mercado, João Paulo Botelho.
Esses fatores devem contribuir para a melhora na qualidade da matéria-prima em relação à safra passada, levando a INTL FCStone a aumentar a estimativa de ATR médio para 135,7 Kg/t, 4% acima de 2015/16.
Quanto aos produtos da cana, o diferencial entre a remuneração média oferecida pelo açúcar em comparação com o etanol disparou em março e já atinge 46%, o maior valor desde 2011. “Esta situação é resultado, principalmente, da recuperação do preço de exportação do açúcar devido à expectativa de déficit global e do câmbio desvalorizado, enquanto as cotações do etanol no mercado doméstico brasileiro vêm sofrendo com a redução na demanda por combustíveis graças à recessão na economia nacional”, analisa Botelho.
Com isso, grande parte das usinas vem aumentando ao máximo a produção de açúcar em detrimento do biocombustível, fato que fez a consultoria INTL FCStone elevar a estimativa de mix açucareiro para 44,1%, 3,5 pontos percentuais acima da safra passada. Este mix leva a uma produção de açúcar de 35,3 milhões de toneladas de açúcar, 13% a mais do que o realizado em 2015/16.
A produção de etanol de cana, por sua vez, deve ficar em 27,6 bilhões de litros, divididos em 17,3 bilhões de litros de hidratado – 1% a menos do que o produzido em 2015/16 – e 10,3 bilhões de litros de anidro, 3% abaixo da safra passada.
FONTE: INTL FCSTONE