Governo lava as mãos sobre o pagamento da subvenção da cana

Publicado em 20/07/2015 08:13

Após um ano da sanção da lei federal 12.999, que autorizou uma subvenção para socorrer os produtores de cana do Nordeste e do Rio de Janeiro, prejudicados com a última seca, o Ministério da Fazenda se reuniu na tarde desta quarta-feira (15), em Brasília, com as principais entidades do setor, para informar que não há formas de pagar o benefício em razão da crise econômica.

A decisão foi repassada pelo secretário executivo da Pasta, Tarcísio Godói, segundo homem na linha sucessória da Pasta, aos dirigentes da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) e da Associação Norte Fluminense dos Produtores de Cana (Aflucan). As entidades, que representam 27 mil agricultores, sentiram-se traídos, já que o governo sempre deu esperanças para o início do pagamento. A revolta foi geral quando Godói disse que não há dinheiro para pagar a subvenção e não tem como anunciar mais nada em relação à data de pagamento. O problema é que a lei perde a validade no final deste ano.

O sentimento dos dirigentes canavieiros foi imediato. Primeiro, sentiram-se enganados. Eles esperaram por 12 meses o cumprimento da lei. "Como não há dinheiro para pagar a subvenção, se a lei foi sancionada por Dilma e seus antigos ministros assinaram o decreto regulamentando a legislação. Houve até o publicação da fonte de recurso para o referido pagamento no Diário Oficial em 2014", questionou, sem êxito, Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida que estava na reunião com Godói, articulada pelo senador Humberto Costa (PT-PE), líder do Governo no Senado. A mesma crítica foi endossada pelo presidente da Aflucan, Eduardo Crespo.

O segundo sentimento dos representantes do setor canavieiro, diante da negativa do governo em não mais se responsabilizar com a subvenção, foi o do enfrentamento. " Dilma sancionou a lei da subvenção há quatro meses da eleição presidencial sem a garantia de cumpri-la, ludibriando os 27 mil canavieiros. Ela usou a classe e agora vira às costas", disse Lima a Godói, ressaltando que a presidente pagou com traição ao povo que lhe deu a mão.

Crespo aproveitou para dizer que a subvenção não é uma esmola, mas é um direito consolidado na lei 12.999 e o governo tem a obrigação de cumpri-la. Por esta razão, o dirigente garantiu que Dilma enfrentará manifestações do setor se aparecer em algum evento no Norte do RJ. A Unida anunciou também que promoverá protestos quando na ida da presidente aos estados produtores de cana no NE.

Leia a notícia na íntegra no site Portal do Agronegócio.

Fonte: Portal do Agronegócio

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Expectativa de maior produção no Brasil deixa mercado do açúcar com ganhos limitados Expectativa de maior produção no Brasil deixa mercado do açúcar com ganhos limitados
Tereos prevê queda de 9% na área de beterraba sacarina da UE na próxima temporada Tereos prevê queda de 9% na área de beterraba sacarina da UE na próxima temporada
Decreto não contempla apenas produtores, ele também regulamenta o mercado e fortalece o RenovaBio afirma presidente da Asplan
Apesar de real mais forte, preços do açúcar fecham em baixa diante queda do petróleo
Estudo inédito analisa as opções econômicas da produção de cana-de-açúcar na região de Quirinópolis (GO)
Real ganha força diante o dólar e mercado do açúcar volta a operar a 18 cents em NY