Açúcar recua quase 5% em NY para mínima de 6 anos
LONDRES/NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros de açúcar bruto caíram quase 5 por cento nesta sexta-feira na bolsa de Nova York para uma mínima de seis anos, sob impacto de uma queda da moeda do Brasil, maior produtor e exportador global da commodity.
O dólar fechou com alta de mais de 2,5 por cento frente ao real, no maior nível em quase 12 anos, com investidores buscando proteção em meio à turbulência política que vem dificultando a aprovação de medidas para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras e às dúvidas sobre a intervenção do Banco Central.
A moeda norte-americana subiu 2,77 por cento, a 3,2490 reais na venda.
Já o primeiro contrato do açúcar fechou em baixa de 0,51 centavo, ou 3,9 por cento, a 12,70 centavos de dólar por libra-peso, tendo registrado o nível mais baixo desde abril de 2009, a 12,57 centavos. O contrato teve a maior queda diária desde 23 de janeiro.
"Isso é relacionado ao real e (venda) técnica também. Treze (centavos) era um nível de suporte", disse o diretor sênior da mesa do Brasil no Societe Generale em Nova York, Michael McDougall.
O café arábica também foi pressionado pelo real fraco, que aumenta os incentivos para os produtores brasileiros embolsarem lucros na moeda local com commodities negociadas em dólar, como o açúcar e o café.
O maio do arábica recuou 1,8 por cento, fechando a 1,298 dólar por libra-peso. O segundo contrato fechou a semana em baixa de 7,2 por cento, na quinta perda semanal seguida.
(Por David Brough e Marcy Nicholson)