Importadores chineses cancelam compras de óleo de soja do Brasil

Publicado em 29/04/2011 16:08
Centro Nacional de Oleaginosas e Grãos não divulgou detalhes, mas disse que os esforços do governo para controlar a inflação dos alimentos ajudou a pressionar os preços do óleo de soja no mercado doméstico, que não devem subir no curto prazo
Compradores chineses cancelaram um ou dois carregamentos de óleo de soja do Brasil devido à fraca demanda, em meio aos amplos estoques locais, informou o Centro Nacional de Oleaginosas e Grãos nesta sexta-feira.

"Muitos importadores domésticos estão ativamente cancelando carregamentos já que essas operações para entregas futuras estão apresentando perdas", disse centro em relatório. Cada carregamento tem cerca de 30 mil t de óleo de soja.

O centro não divulgou detalhes, mas disse que os esforços do governo para controlar a inflação dos alimentos ajudou a pressionar os preços do óleo de soja no mercado doméstico, que não devem subir no curto prazo. "Alguns compradores têm esta intenção, mas é bem difícil cancelar carregamentos", disse o gerente de uma trading, que não confirmou o cancelamento.

O centro havia informado anteriormente que os compradores chineses também cancelaram ou adiaram cargas de soja da América do Sul, devido às margens negativas e, em parte, por conta do limite aos preços imposto por Pequim aos preços de óleos vegetais.

As importações de óleo de soja tiveram forte alta no primeiro trimestre deste ano e saltaram 109%, após caírem 44% em 2010 por conta do embargo às compras da Argentina, o maior exportador de óleo de soja do mundo.

O embargo à Argentina foi suspenso em outubro, mas desde então, Pequim começou a vender suas reservas de óleo como parte dos esforços para conter a inflação dos alimentos. Nesta semana, foram vendidos 1,227 milhão t de óleo de colza.

Além disso, também foram vendidas recentemente 3 milhões t de soja das reservas a preços mais baixos que os do mercado doméstico, para alguns esmagadores que tiveram de congelar os preços do óleo de soja no varejo nos valores de novembro. "As vendas estão em volume muito baixo por causa das vendas do governo, talvez a situação melhore em junho", disse um trader do mercado físico da soja.

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Fonte: Expresso MT

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