Soja: Mercado volta a fechar no vermelho em Chicago
A combinação de uma safra cheia na América do Sul e mais a ausência de demanda pela soja norte-americana pesou sobre as cotações na sessão de hoje, que fecharam o dia recuando, em média, 3 pontos nos principais vencimentos.
"A canoa virou. Quando todos estão do mesmo lado, hora ou outra ela vira", ilustra o analista de mercado Ricardo Lorenzet, da XP Investimentos. "A soja está tentando se segurar em áreas de suporte gráfico no momento, mas mesmo assim, o fluxo de vendas de fundo é ainda muito claro, muito contaminado pela euforia, por isso a intensidade das quedas", completa.
O analista explica ainda que o potencial do mercado de realizar lucros não pode ser menosprezado até que uma nova informação tire a atenção da expectativa dos estoques norte-americanos ficarem acima do esperado.
Além disso, há ainda uma transferência da demanda mundial saindo dos Estados Unidos e se focando na América do Sul, o que promove certa pressão nos preços. Muitos cancelamentos de compras, principalmente por parte da China, da oleaginosa norte-americana confirmam isso. Paralelamente, a quantidade vendida, porém não embarcada de soja dos EUA é recorde e também aponta para essa mudança de foco da demanda e pode resultar em um aumento dos estoques do país.
A expectativa, no entanto, em meio a um cenário que continua positivo, é de que, com os fundos menos carregados o mercado possa voltar a focar a safra dos Estados Uinidos, com grande sensibilidadea fatores climáticos.
"Muita coisa segue presente. A demanda continuara sólida e, mesmo que os estoques dos EUA possam ser superiores, continuarão refletindo a necessidade de uma boa colheita no país. Esses fundamentos, fatalmente, deixarão o mercado desconfortável",enfatiza Lorenzet, o que deve manter a volatilidade sempre presente.
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