USDA corta projeções para estoques de milho e preços voltam a subir
Publicado em 10/02/2011 06:28
O corte promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em suas estimativas para os estoques finais de milho naquele país e no mundo nesta safra 2010/11 deu fôlego extra às cotações internacionais dos principais grãos, que já rondam picos em 30 meses.
Conforme o USDA, os EUA encerrarão a temporada com 17,14 milhões de toneladas de milho em estoques, 60,5% menos do que em 2009/10 e em um contexto de demanda para a produção de etanol cada vez mais. No mundo, segundo o ministério americano, haverá 122,51 milhões de toneladas, queda de 18,5% em igual comparação.
Sobretudo por conta dessas mudanças,as cotações registraram forte alta na bolsa de Chicago, principal referência global para os preços do milho. Os contratos para maio, que ocupam a segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez), subiram 3,5% e superaram a barreira dos US$ 7 por bushel (US$ 7,0875) pela primeira vez desde agosto de 2008. Conforme cálculos do Valor Data, a segunda posição passou a acumular valorização de 91,42% em 12 meses.
Vinculados ao milho ou por comporem as mesmas carteiras de investimentos em commodities ou por serem alternativas a ele, trigo e soja acompanharam o movimento em Chicago. No mercado de trigo, a segunda posição (maio) registrou alta de 1,18%, fechou a US$ 9,1775 por bushel e passou a acumular ganho de 84,57% em 12 meses. Na soja, a segunda posição (maio) subiu 1,18%, alcançou US$ 14,63 por bushel e o salto em 12 meses chegou a 56,43%. Para soja e trigo, o bushel equivale a 27,2 quilos; no milho, a 25,2 quilos.
No caso do trigo, as correções efetuadas pelo USDA nos quadros de oferta e demanda dos EUA e do mundo foram marginais. No quadro da soja, os cenários americano e mundial também praticamente não mudaram, mas foram promovidos ajustes importantes para o Brasil. O órgão ampliou para 68,5 milhões de toneladas sua estimativa para a colheita da oleaginosa no país em 2010/11, ante as 67,5 milhões previstas em janeiro e as 69 milhões de 2009/10. Também a projeção para as exportações brasileiras foi ajustada para 32,3 milhões de toneladas, ante as 31,4 milhões projetadas em janeiro e as 28,6 milhões calculadas pelo USDA no ciclo passado.
Se confirmadas as previsões do ministério americano, o Brasil responderá por 32,7% das exportações mundiais de soja em 2010/11, atrás dos EUA (43,9%) e acima da Argentina (11,8%), que teve produção e exportações reduzidas pelo USDA por causa do La Niña
Fonte:
Valor Econômico