Soja sobe 20 cents na CBOT com demanda chinesa e seca na Argentina

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a subir mais de 23 cents  nesta segunda-feira. Os preços continuam encontrando sustentação na firme demanda chinesa e também no clima quente na América do Sul. Maio, periodo de colheita em maior parte das regiões produtoras, marcou hoje no encerramento do pregão em Chicago, US$ 13,90. Com mais 35 cents de prêmio no porto de Paranaguá sobre os preços de Chicago, a soja brasileira, no porto, mercado disponível, já recebe US$ 14,25. Confira abaixo o fehcmanto do pregão desta segunda-feira, 27 de dezembro de 2.010.

Uma pesquisa feita com alguns analistas pela agência Bloomberg indica que as cotações da oleaginosa devem continuar subindo pela terceira semana consecutiva com as especulações de que o clima quente e seco continuará prejudicando as lavouras tanto na Argentina quanto no Brasil, os principais exportadores de soja depois dos Estados Unidos.

"Nós vimos o bom momento para o mercado na última semana e a expectativa é de que essa alta continue por conta dos estoques mundiais apertados", disse Ker Chung Yang, analista da Philip Futures.

Na Argentina, continua o clima seco e as lavouras estão comprometidas. "O pior da seca acabou de começar", informou o relatório do QT Weather.

Por conta desta estiagem, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu sua estimativa para a área plantada com soja em 200 mil hectares, totalizando, portanto, 18,5 milhões de hectares.

Enquanto agências e consultorias reduzem suas previsões para a safra na nação sul-americana, a demanda chinesa continua insaciável. Os exportadores norte-americanos venderam 827.810 mil toneladas de soja na semana que se encerrou no dia 16 de dezembro, nove vezes mais do que há uma semana. A China comprou 77% do total dos embarques dos Estados Unidos da semana passada.

A crescente inflação na China pode impulsionar o país a aumentar também suas importações de milho para 3,5 milhões de toneladas, mais do que o triplo do estimado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em dezembro.

Leilões na China - A China, maior comprador mundial de soja, irá leiloar 300 mil toneladas da oleaginosa e 1,8 milhão de toneladas de milho de suas reservas nesta terça-feira (28), segundo informações do Centro Comercial de Grãos e Óleo.

Essa operação é parte das medidas do ajuste econômico adotado pela nação asiática como forma de conter a inflação, fazendo com que o governo aumente suas importações como forma de elevar os estoques nacionais reduzindo os preços dos alimentos.