Cai relação entre estoques e demanda global de grãos
É um cenário que teoricamente oferece suporte às cotações internacionais do trio, mas, em tempos de La Niña, que costuma reduzir o regime de chuvas no sul da América do Sul, é difícil que as projeções atuais passem incólumes até o fim das colheitas. Em princípio, o fenômeno ameaça a oferta, e se seus efeitos forem severos a relação entre estoques e demanda poderá recuar mais, o que pode causar altas inesperadas.
Os dados do USDA mostram que o quadro mais "apertado" é o do milho. Se tudo acontecer como o órgão espera, os estoques globais do grão representarão 16,3% da demanda no fim da temporada, ante 17% em 2009/10 e 18,9% em 2008/09. O USDA passou a estimar estoques finais de 135,56 milhões de toneladas, 2,6% menos que o previsto em agosto. A alteração, somada a ajustes na produção e no consumo nos EUA - que poderão fechar o ciclo com a mais baixa relação entre estoque e consumo em 15 anos -, impulsionou o produto na bolsa de Chicago. Os papéis para dezembro fecharam a US$ 4,7825 por bushel, alta de 7,5 cents.
No mercado de soja, os novos números do USDA resultaram em uma relação entre estoques finais e consumo total mundial de 25,2% em 2010/11, abaixo de 2009/10 (26,5%) mas acima de 2008/09 (19,9%). Mas, apesar do forte crescimento projetado para as importações chinesas , prevaleceu em Chicago a correção para cima nas estimativas para as produções americana e global, o que derrubou os preços. Os papéis para novembro caíram 15 centavos, para US$ 10,31, piso em três semanas.
Com os problemas climáticos que derrubaram as produções na Rússia e em outros países europeus, a relação global entre estoques finais e demanda de trigo deverá recuar para 26,9% em 2010/11, ante 30,2% em 2009/10 e 25,7% em 2008/09. Mas, como a situação era pior no relatório do USDA de agosto, na sexta-feira as cotações caíram em Chicago. Dezembro fechou a US$ 7,3675 por bushel, baixa de 1,25 centavo.
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