Cenário positivo para os grãos com clima desfavorável e demanda aquecida

Publicado em 08/07/2010 15:59
As cotações a futuro da soja trabalham em alta e apresentam avanços expressivos pelo segundo dia consecutivo sob especulações de que as condições adversas de clima deverão reduzir os rendimentos na China e na Rússia, impulsionando a demanda por produtos norte-americanos. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 116 mil toneladas de soja para a nação asiática com entrega para depois de 31 de agosto.

A produção de grãos na China deve cair cerca de 2% por conta de inundações em áreas do sul, segundo informou o jornal China Daily. Já na Rússia, a colheita de grãos, principalmente de trigo, deve ser reduzida em 18% por conta da seca e das altas temperaturas que atingem o país.
 “As safras globais estão diminuindo e isso impulsiona a demanda por grãos dos Estados Unidos. No entanto, a produção norte-americana também está variável e isso preocupa os consumidores finais”, diz Mark Schultz, analista da Northstar Commodity Investment Co, do estado de Minneapolis (EUA).

Além das preocupações com as condições das lavouras norte-americanas, e a demanda forte por soja em termos globais, o movimento de reposicionamento de carteiras de fundos de investimento tem contribuído a alta das commodities em Chicago.

Brasil

Segundo o analista de mercado da XP Investimentos, Ricardo Lorenzet, o produtor estima preços firmes para a soja no segundo semestre do ano e afirma que, no mercado interno, as cotações têm registrado uma boa recuperação como consequência da demanda aquecida e das altas em Chicago. No entanto, diz ainda que em várias regiões do país se observa preços praticados acima da referência exportadora. “Com a alta na Bolsa de Chicago e a firmeza dos prêmios, até mesmo a paridade de exportação melhorou”, explica o analista.

Entretanto, Elso Pozobon – Presidente do Sindicato Rural de Sorriso/MT, confirma esse bom desempenho dos preços no mercado interno, mas lamenta que só restam de 10 a 15% de soja para serem comercializados.

Já para a safra nova, a estimativa é de ganho nos preços com a continuidade dos avanços na Bolsa de Chicago. “Como não somos nós que fazemos os preços, temos que dançar conforme a música. E quando ela soa suave aos nossos ouvidos, temos que vender”.

Pozobon diz também que tanto a demanda externa quanto interna estão aquecidas. No entanto, o sojicultor não pode estar atento só a demanda, mas também ao seu custo de produção. Sendo assim, a orientação é de que a venda seja realizada com o valor acima do seu custo de produção. “Isso parece básico, mas nosso produtor não está muito atento a isso”.

Com informações da Bloomberg
Tradução: Carla Mendes

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Fonte: Redação NA

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