Cotações futuras e tendências da soja em Chicago
Incipiente pressão inflacionária global leva fundos de índices a mudar de estratégia, passando a buscar abrigo em ativos representados por commodities futuras, inclusive o petróleo e a soja.
Comentário<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
O SojaNet esteve em férias, no período entre vinte e quatro de dezembro passado e cinco de janeiro de 2010. Nesta quarta-feira, seis de janeiro corrente, as cotações futuras de soja relativas aos três primeiros vencimentos fecharam com perdas inexpressivas, na Bolsa Mercantil de Chicago (CME Group), com respeito aos três primeiros vencimentos futuros, conforme a tabela acima. Entretanto, no período compreendido entre as duas datas inicialmente mencionadas neste comentário, as cotações futuras de soja trabalharam em alta, recuperando perdas acentuadas ocorridas anteriormente ao Natal de 2009.
O aspecto mais interessante relativo à recuperação em tela diz respeito às razões que a explicam. Não se trata aqui de mudança abrupta dos fundamentos básicos de oferta e de demanda. Estes pouco mudaram e continuam essencialmente baixistas, na medida em que as duas mais importantes safras novas de soja da América do Sul - a brasileira e a argentina - ainda aparentam serem candidatas sérias à qualificação de megassafras.
O que parece ter mudado, entre os dias pós-natalinos de baixos volumes negociados nas sessões futuras de soja em Chicago e os primeiros dias de pregão da oleaginosa no início de 2010 diz respeito à renovada percepção dos traders e analistas da Bolsa Mercantil de Chicago. Renovada, no sentido de terem passado a antecipar que os fundos de especulação - particularmente os fundos de índices - tenderiam a aquilatar as tendências do mercado futuro de soja em Chicago sob nova e específica ótica macroeconômica.
Ou seja, a ótica de que dado o clima de recuperação da economia norte-americana e de outras importantes economias mundiais, a expectativa de maior demanda global por bens e serviços ensejaria gradativa, mas irrefutável, pressão inflacionária, a nível global. Nesse quadro, os preços futuros de soja estão certamente muito abaixo dos níveis por onde andaram, durante o primeiro semestre e também nos meses de julho e de agosto de 2009.
Vejam e comparem os três gráficos abaixo. É interessante notar que grosso modo em pregões recentes as cotações futuras de soja e de petróleo vêm caminhando pari passu, ou seja, lado a lado. Isto, na medida em que os fundos de especulação, após os acertos de posições contábeis vinculados às realizações de lucro pré-natalinas, passaram a construir posições adaptadas à nova realidade mundial (projetada para 2010) de reconstrução de alentada procura por commodities e de conseqüente busca de proteção, por parte de capitais especulativos, notadamente pelos fundos de índices.
Cordiais saudações,
Antonio Bueno
SojaNet