Soja: Apesar de nova dispara do óleo em Chicago, preços do grão voltam a recuar nesta 3ª feira
Depois de ligeiros ganhos registrados mais cedo, os preços da soja voltaram a cair na Bolsa de Chicago no início da tarde desta terça-feira (26). Perto de 14h30 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 3 e 6 pontos nas posições mais negociadas, com o janeiro operando abaixo dos US$ 9,80 e sendo cotado a US$ 9,79. O maio, referência importante para os preços no Brasil, tinha US$ 10,05 por bushel.
"Chicago e preços Brasil de lado nesta terça. Após abertura no positivo, preços da soja-grão recuam levemente em Chicago, mesmo com forte alta no óleo", afirmaram os especialistas da Pátria Agronegócios.
Os futuros do derivado sobem forte desde cedo e, na tarde de hoje, os ganhos passavam de 3%, com os preços superando, mais uma vez, os 42 cents de dólar por libra-peso nos contratos mais próximos. O dezembro tinha 42,47, enquanto o janeiro registrava, perto de 14h50 (Brasília), 42,58/lb.
"O motivo do salto nos preços do óleo é a primeira ordem executiva de Trump. Sua pretensão é de tarifar em 25% produtos do Canadá e do México. Trump também avalia colocar 10% de tarifas adicionais sobre os produtos chineses", explica a equipe da Agrinvest Commodities. "Isso é importante para o agro porque o Canadá exporta para os EUA canola, óleo e o biodiesel. Todos ficarão mais caros. Além disso, o México é o maior comprador de milho americano e compra também soja e farelo".
PRESSÃO NO GRÃO
Os futuros da oleaginosa, de um lado, encontram leve suporte na demanda ainda bastante presente nos EUA - com maior volume disponível de produto por lá - porém, sente a pressão da finalização da colheita norte-americana e o bom desenvolvimento da safra sul-americana. O Brasil já caminha para a reta final de sua semeadura e na Argentina, cerca de 40% da área já foi plantada.
As condições climáticas, em geral, são favoráveis ao desenvolvimento das safras, porém, com alguns sinais de alerta que começam a aparecer - como algumas regiões do Paraná sem chuvas, por exemplo, o que traz alguma insegurança aos traders, porém, sem alterar muito o quadro de expectativas para uma produção brasileira bastante robusta.
No financeiro, as atenções se dão ao comportamento do dólar, principalmente pelas elevadas especulação e expectativa em torno de quais serão os caminhos dos EUA quando se iniciar o novo governo Donald Trump.