Soja intensifica baixas em Chicago refletindo previsão de chuvas nos EUA e despencada do óleo
Os preços da soja intensificaram as perdas na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (6) e, perto de 12h20 (horário de Brasília), perdiam pouco mais de 10 pontos nos principais vencimentos, dando sequência a um já esperado movimento de realização de lucros depois das altas da semana. Assim, o novembro tinha US$ 10,12 e o março, US$ 10,45 por bushel.
"A presença de precipitações ao extremo leste do Cinturão Agrícola pressiona os futuros na CBOT. Contudo, as quedas são limitadas pela boa demanda", afirmam os analistas de mercado da Pátria Agronegócios.
Nesta sexta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu reporte semanal de vendas para exportação com números para a soja 2024/25 que, apesar de estarem dentro das expectativas do mercado na semana encerrada em 29 de agosto, vieram bastante fortes, confirmando o bom momento da demanda pelos grãos norte-americanos.
Além disso, nesta semana, mais de 400 mil toneladas de soja já foram vendidas pelos EUA.
De outro lado, os modelos climáticos divergem sobre as condições climáticas nos EUA e os traders monitoram. "O investidores agem com cautela nesta sexta, com os mapas apontando os primeiros indícios de umidade para o centro-sul do cinturão do milho após o dia 13. Ressaltamos a necessidade de aguardar os modelos atualizados da tarde e
talvez do final de semana para realmente contar com essas chuvas', explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
Ainda segundo informou a consultoria, o modelo GFS, atualizado nessa manhã, indica clima predominantemente seco para os EUA. Entretanto difere dos mapas anteriores ao apontar chuvas, a partir do dia 13, entrando pelo leste do Arkansas e abrangendo também, nos dias seguintes, o oeste do Tennessee e Kentucky, sudoeste de Indiana e leste de Illinois. O mapa também aponta chuvas fortes para os estados do golfo, resultado de um distúrbio climático que se encontra próxima ao litoral do Texas.
Outro ponto forte de pressão sobre os futuros do grão é a baixa agressiva do óleo na CBOT. Os preços do derivado perdiam mais de 3% na tarde desta sexta-feira, acompanhando baixas generalizadas entras as commodities, com perdas do petróleo que passam de 2%. No brent - referência para o quadro global de oferta e demanda, negociado na Bolsa de Londres - as perdas eram de 2,04% para levar o barril a US$ 71,21 por bushel.
Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho e do trigo também passavam para o campo negativo, enquanto na de Nova York, as soft commodities despencavam mais de 2%.