Soja volta a intensificar altas em Chicago nesta 3ª feira, com sinais de alerta para o clima no Corn Belt
As altas continuam entre os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago e se intensificam na tarde desta terça-feira (23). A soja acompanha os bons e fortes ganhos do milho - que lideram o movimento mais de 1,5% de avanço na CBOT - e refletindo algumas preocupações com o clima nos Estados Unidos para os próximos dias. Assim, perto de 12h50 (horário de Brasília), as cotações da oleaginosa subiam entre 8,50 e 15,25 pontos nos contratos mais negociados, com o agosto sendo cotado a US$ 11,26 e o novembro a US$ 10,84 por bushel.
Embora mais chuvoso neste momento, com elevados volumes concentrados mais ao leste do cinturão, o tempo nos EUA para as próximas semanas pode indicar condições de menos precipitações e temperaturas acima da média para o período, diante dos atuais estágios de desenvolvimento das lavouras.
As chuvas previstas para os próximos sete dias nos EUA, como mostra o mapa do NOAA - o serviço oficial de clima norte-americano -, deverão ser bastante intensas e já trazem alguma preocupação.
Já para o período dos próximos 8 a 14 dias, de 30 de julho a 5 de agosto, os mapas sinalizam temperaturas acima da média e chuvas abaixo em toda a região do Corn Belt.
As condições preocupam já que tanto os campos de soja, quanto os de milho estão em fases fundamentais para a definição da produtividade. Ontem, no final da tarde, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe a manutenção do índice de lavouras de soja classificadas como boas ou excelentes em 68%, número que segue bem acima do mesmo período do ano passado.
O mercado, entretanto, se atenta ao comportamento das lavouras a partir deste ponto, em especial na porção oeste do Corn Belt. "Quanto mais se vai ao oeste, mais seco está e precisa de mais atenção", afirma o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Além do clima e dos ganhos do milho, o mercado da soja tem suporte também pelo bom momento dos preços do suínos na China, que continuam subindo. "No spot, os preços passaram de 20 iuans por quilo em algumas localidades, as máximas em 18 meses. A curva dos futuros em Dalian está muito invertida. O spot está acima de 20 iuans por quilo e o vencimento março, logo após o feriado lunar, é negociado a 15,2 iuans/kg", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. "Os comentários não mudaram Se trata de um aperto na produção de leitões, mas principalmente produtores segurando animais para a segunda engorda, uma prática comum na China".
Paralelamente, o cenário político também permanece no radar dos mercados, os quais seguem ainda digerindo a desistência de Joe Biden à corrida presidencial nos EUA - com a possibilidade de crescente de Kamala Harris ser a candidata do partido Democrata.