Soja perde quase 2% na Bolsa de Chicago, acompanhando queda forte dos grãos nesta 2ª feira

Publicado em 08/07/2024 13:34 e atualizado em 08/07/2024 15:41
Clima melhor nos EUA, exportações lentas e perdas de mais de 4% no milho intensificam baixas

Os preços da soja seguem recuando na Bolsa de Chicago na tarde desta segunda-feira (8) e intensificam as perdas, em especial nos contratos mais alongados, os quais já operavam abaixo dos US$ 11,00 por bushel. Perto de 13h15 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 20 e 31,50 pontos, com o agosto sendo cotado a US$ 11,43 e o novembro - referência para a safra brasileira - com US$ 10,98. 

Os preços cedem diante, no caso da soja e dos grãos, das boas condições de clima nos Estados Unidos, as quais seguem favorecendo o bom desenvolvimento da nova safra do país. O final de semana foi adequado para os campos norte-americanos e as previsões indicam um cenário ainda bom para o caminhar da nova temporada. 

Quem lidera as perdas em Chicago é o milho, que despenca mais de 4% e já opera abaixo dos US$ 4,00, o que ajuda a pesar sobre as cotações da oleaginosa e dos demais mercados. No trigo, as perdas passam de 3%. 

"O clima benéfico é esperado para os próximos dias nos EUA e deve resultar na melhora das condições das lavouras americanas", explica o time da Agrinvest Commodities. Além disso, a lentidão do programa norte-americano de exportações também pesa sobre os grãos, em especial para a soja. 

A semana começa com baixas intensas entre os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago. Segundo explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, o mercado devolve os ganhos testados nos últimos dias, bem como reflete uma melhora do clima esperada para os EUA nos próximos dias e a demanda fraca pela soja dos EUA, a qual ainda está concentrada no Brasil. 

"A dúvida fica para o programa da safra que vem, que o USDA vê como 49,7 milhões de toneladas, maior do que a atual - que começou mais forte, mas não ganhou ritmo -  e o mercado se pergunta se a safra que vem já está em um ritmo mais lento, por que o USDA projeta um crescimento (das exportações) se o Brasil está mais barato, tanto no spot - agosto, setembro - quanto para a nossa nova safra", detalha Vanin. 

Além disso, a semana ainda se inicia com esse ajuste de posições frente ao novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA traz na sexta-feira, o qual poderia chegar com uma revisão para baixo das estimativas para as exportações norte-americanas de soja 2023/24 e 2024/25. 

DERIVADOS DE SOJA

Além dos grãos, caem também os preços dos derivados de soja na Bolsa de Chicago, liderados pelo farelo, que perdem mais de 3% entre os principais vencimentos, com o primeiro sendo cotado a US$ 321,00 por tonelada curta. 

"A Argentina tem bastante para vender ainda. Esmagou bem em maio - 4,2 milhões de toneladas - junho deve fechar o número acima de 4 milhões, julho e agosto deverão ficar perto disso. E disso, a a Argentina vendeu pouco, tem que continuar vendendo, e está forçando o mercado para baixo. O Brasil vai atrás, porque temos que ser mais baratos do que a Argentina para atrair demanda e isso cria uma desconexão, Bolsa de Chicago alta, mas o mercado físico está abastecido e cria-se essa pressão", complementa Eduardo Vanin. 

O analista explica também que os fundos estão bastante comprados no farelo neste momento, mas estão se desfazendo de parte de suas posições. "Se os fundos mudarem de opinião sobre o farelo, tem venda por vir", diz, o que significa ainda mais peso aos futuros do derivado.  "Então, o farelo com todo esse esmagamento, não ganha sustentação. Ganharia se a produção americana fosse bem menor".  

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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