Soja cai forte em Chicago nesta 5ª e sente pressão da demanda para exportação fraca nos EUA
Os preços da soja vêm intesificando suas baixas na sessão desta quinta-feira (1) na Bolsa de Chicago, com perdas que variavam de 16,75 a 19 pontos, por volta de 13h30 (horário de Brasília), entre as posições mais negociadas. Com isso, o março voltava aos US$ 12,03 e o maio, US$ 12,14 por bushel.
O mercado do grão acompanha o farelo, que perde quase 2% na tarde de hoje, com o primeiro vencimento sendo cotado a US$ 361,60 por tonelada curta. O óleo também caminhava em campo negativo, porém, com um recuo bem mais modesto, de 0,2% e o março valendo 45,93 cents de dólar por libra-peso.
No início do dia, os futuros da oleaginosa já vinham testando novas baixas, realizando lucros da sessão anterior, mas intensificou o movimento depois do relatório semanal de vendas para exportação trazido nesta quinta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) com números fracos e bem abaixo das expectativas do mercado.
Na semana encerrada em 25 de janeiro, os EUA venderam apenas 164,5 mil toneladas de soja da safra 2023/24, enquanto as projeções do mercado variavam de 500 mil a 1,05 milhão de toneladas. A China, apesar de pouco frequente, foi o principal destino da oleaginosa americana. Com este volume, o país já tem 38,113,3 milhões de toneladas de soja comprometida com as exportações, contra mais de 47 milhões do mesmo período do ano passado.
"Para a soja, o fundamento da queda vem ainda no quadro de demanda baixa. O que piora a situação é que na semana passada os EUA não só venderam pouco, como importaram soja brasileira mostrando que se eles querem cumprir com o projetado pelo USDA na exportação eles precisam ficar mais baratos. Em prêmio, o porto de Paranaguá chegou a ser US$ 1,50 mais barto do que os portos do Golfo", explica a Agrinvest Commodities.
Apesar da correção, o mercado da soja em Chicago permanece muito atento às condições da Argentina neste momento, com previsões de dias ainda quentes e secos pela frente, podendo fragilizar ainda mais as laovuras por lá, que já enfrentam este cenário há mais de uma semana. Embora pontual, este tem sido um fator de suporte aos preços neste momento.
A colheita avançando no Brasil também é monitorada, bem como o macrocenário - em especial a saúde financeira da China - e os demais mercados, em especial o de derivados de soja, que tem estado bastante volátil nesta semana.
O fôlego - bastante insuficiente para mudar a cara do mercado, todavia - veio de uma nova venda anunciada pelo USDA de soja para o México de pouco mais de 200 mil toneladas.