Soja segue trabalhando em alta na CBOT de olho no clima adverso e plantio atrasado no BR
Os futuros da soja seguem operando em campo positivo na Bolsa de Chicago no início da tarde desta segunda-feira (20). Os ganhos variavam entre 7 e 8 pontos nos contratos mais negociados, levando o janeiro a US$ 13,48 e o maio a US$ 13,77 por bushel. Ainda no complexo soja, na CBOT, altas de mais de 1% do óleo de soja - que bate nos 51,88 cents de dólar por libra-peso - acompanhando boas altas que se observam também no petróleo, ajudando a manter os preços subindo.
O clima adverso na América do Sul, em especial no Brasil, está no radar dos mercados. As condições no Paraguai e a na Argentina tambéme estão em foco. "O atraso do plantio brasileiro repercute no mercado e sustenta preços", informa a Pátria Agronegócios em seu reporte diário. De acordo com seus números reportados na última sexta-feira (17), o plantio da soja brasileira nesta semana atingiu 68,93%, contra 80,16% em 2022 e 79,66% na média dos últimos 5 anos.
"O plantio caminhou de forma limitada ao longo desta semana nas principais regiões produtoras. Melhores chuvas são esperadas nos próximos dias no centro-norte do país, o que se confirmado deve acelerar os trabalhos de campo. Por enquanto, a semeduara brasileira de soja segue registrando atrasos frente a média das últimas safras", complementam os especialistas da Pátria.
Com esse atraso, todos os olhos estão voltados sobre as previsões climáticas. De acordo com o NOAA, o serviço oficial de clima do governo americano, o retorno das chuvas está previsto para esta semana e, nos próximos 15 dias, as principais regiões produtoras deverão receber bons volumes.
O diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, chama atenção ainda para as eleições presidenciais na Argentina que deram a vitória a Javier Milei na noite deste domingo (19).
"A Argentina é o maior parceiro do Brasil na América do Sul e tem uma importância muito grande para o nosso comércio. Quero lembrar que a vitória do Javier Milei de certa forma é baixista para CBOT. Por que? Porque o novo presidente que toma posse já em dezembro deve tratar o Agro com mais respeito, reduzindo impostos e taxas de exportação", diz.