Soja passa a recuar em Chicago acompanhando farelo, petróleo e mais commodities nesta 2ª
O mercado da soja perdeu força na Bolsa de Chicago e passou a operar no vermelho no final da manhã desta segunda-feira (30). Por volta de 11h40 (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam entre 2 e 4 pontos, levando o novembro a US$ 12,93 e o maio a US$ 13,44 por bushel. No farelo, o dia também era de de ajustes depois das altas fortes da sessão anterior. Entre os principais contratos as perdas eram de mais de 1% e pesavam também sobre os preços do grão.
O clima irregular na América do Sul, principalmente no Brasil, tem estado no centro das atenções dos traders, uma vez que mantém o plantio atrasado por aqui. A semeadura da soja brasileira nesta semana atingiu 38,41%, contra 52,31% em 2022 e 44,94% na média dos últimos 5 anos, segundo dados da Pátria Agronegócios trazidos na última sexta-feira (27). E o final de semana, mais uma vez, foi ainda de condições adversas para os trabalhos de campo.
Agora, os traders monitoram as condições de clima e a confirmação ou não das previsões, com os modelos meteorológicos registrando alguns pontos de divergência.
"O GFS (modelo americano) prevê acumulados fortes para o sul da BA, leste de MG, PR, SC, norte do RS e região produtora do Paraguai. Acumulados leves a moderados previstos para o MT, TO, sul do MS, GO, SP, grande parte de MG, norte do PR, sul do RS, além de Buenos Aires, sul de Córdoba e norte de La Pampa", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. "Já o modelo Europeu, gerado de madrugada, indica acumulados moderados a fortes para o norte do RS, SC, oeste do PR, noroeste do MT, nordeste de GO e região produtora do PY. Leves acumulados são indicados para o MT, SP, sul do RS, MG, BA, TO, GO, sul do MA, sul do PI, leste do PR, norte de
Buenos Aires, leste de Córdoba, norte de La Pampa e Santa Fé", complementa.
O mercado também monitora basixas que se agravam e intensificam no petróleo, com perdas da ordem de 3%, ajudando a pesar sobre as demais commodities, que passam a cair de forma generalizada.
Ainda nesta segunda, o mercado se atenta também aos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) dos embarques semanais e do avanço da colheita 2023/24.
Ao lado dos fundamentos, o quadro geopolítico também permanece no front. A manhã desta segunda-feira - no Brasil, tarde Oriente Médio - se registra um dos mais intensos ataques de Israel na luta contra o grupo terrorista Hamas, no território da Gaza. A incursão por terra acontece e os bombardeios são constantes. O final de semana foi marcado por acusações do Irã a Israel, falha de um acordo no Conselho de Segurança da ONU e o perigo do conflito se tornar regional cada vez mais latente.
"A guerra entre Israel e o Hamas persiste e está se tornando cada vez mais perigosa, com os países produtores de petróleo e possíveis defensores do Hamas, suspender ou reduzir drasticamente a produção. Por outro lado, a Ucrânia está querendo impor e aumentar as taxas de exportação para um fundo de defesas da guerra, com a criação de licenças de exportação ao preço dos produtos antes do início da guerra", conclui o diretor do Grupo Labhoro.