Soja volta a recuar em Chicago e competitividade de BR e Argentina na exportação favorecem pressão
O mercado da soja deixou pra trás a estabilidade dos últimos dias e opera com baixas consideráveis no início da tarde desta sexta-feira (15) na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas, por volta de 12h15 (horário de Brasília), perdiam de 12,50 a 14 pontos nos principais vencimentos, levando o novembro a US$ 13,46, enquanto o maio tinha US$ 13,76 por bushel. Além dos futuros do grão, os futuros do óleo de soja também cediam de forma expressiva.
Segundo explicam os analistas da Agrinvest Commodities, o mercado em Chicago ignora agora os baixos estoques estimados para a safra 2023/24 dos Estados Unidos e se foca nas perspectivas de uma oferta abundante na América do Sul, com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimando a nova safra brasileira em 163 milhões de toneladas.
Para a Argentina, o departamento americano estima 49 milhões, enquanto a Bolsa de Comércio de Rosário já fala em 50 milhões. Confirmada, esta seria uma total recomposição da capacidade de produção do país, que conta com o El Niño para trazer condições climáticas mais favoráveis às princiais regiões de produção.
"A pressão é ainda maior diante do bom ritmo de vendas da exportação de soja argentina em mais uma rodada do 'Soy Dollar', com um total acumulado de 2,34 milhões de toneladas até o último dia 14. Mais vendas de soja brasileira e argentina na janela de exportação da soja americana representam diminuição na demanda pela soja dos EUA, o que é baixista para Chicago", informa a Agrinvest.
Leia mais:
+ China aproveita melhora da competitividade da soja da Argentina e garante compras no país
O mercado precisa de notícias novas a partir de agora, com a safra americana praticamente finalizada - e a colheita da soja já se iniciando nos EUA - ao passo em que se volta também para a nova temporada na América do Sul. Um plantio acelerado pode marcar o início da nova safra brasileira e os traders seguem atentos.
Assim, o clima por aqui, bem como o comportamento da demanda e, acima disso, a competitividade das origens principais estarão no centro das atenções dos players neste momento.