Soja passa a operar com estabilidade em Chicago nesta 4ª, mas sem desviar foco do clima nos EUA
As boas altas registradas mais cedo pelos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago foram deixadas de lado e o mercado passou a operar com estabilidade no início da tarde desta segunda-feira (12). Perto de 13h10 (horário de Brasília), as cotações recuavam 9,25 e 0,75 pontos no julho e agosto, respectivamente, com US$ 13,77 e o US$ 12,95. Já o setembro e o novembro subiam 4,25 pontos, para US$ 12,22 e US$ 12,08 por bushel.
O mercado se mantém muito atento ao clima no Corn Belt, principal vetor de direção das cotações neste momento. Os mapas continuam sinalizando chuvas pontuais para as regiões produtoras norte-americanas, o que segue dando importante suporte aos preços, principalmente depois do final de semana de poucas chuvas no cinturão.
"Para os próximos sete dias, os modelos mostram consenso quanto às chuvas. As temperaturas devem cair e as chuvas devem chegar ao leste do cinturão, região que recebeu quase nenhuma chuva nos últimos 15 dias. Porém, apesar das chuvas dessa semana, as previsões para 8 a 15 dias são de calor e tempo novamente seco. O período crítico do milho começará a partir do dia 4 de julho, quando grande parte do Meio-oeste entrará na fase reprodutiva, dobrando a necessidade de água diária", explica a equipe da Agrinvest Commodities.
As imagens atualizadas pelo Drought Monitor na última quinta-feira (8) mostram que há 39% da área de soja e 45% da área de milho estão sob alguma condição de seca.
"As previsões continuam com chuvas abaixo do normal. Junho repete o mesmo padrão de Maio e Abril. O mercado vai adicionar prêmio clima", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. "Final de semana com chuvas abaixo das necessidades. No sábado, chuvas leves e esparsas nas Dakotas, Nebraska, Kansas e Oklahoma, com o restante do Corn Belt totalmente seco. No domingo, chuvas de até 25 mm nas áreas centrais, pegando inclusive Iowa,Missouri, Dakota do Sul e do Norte, Kansas, sul de Minnesota, Arkansas e Louisiania, o restante do corredor, seco no geral".
O plantio 2023/24 norte-americano está praticamente concluído e níveis adequados de umidade agora são determinantes para garantir um desenvolvimento adequado das lavouras. Dessa forma, à espera das precipitações, o mercado espera que no boletim semanal de acompanhamento de safras a ser divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda, haja um declínio na qualidade dos campos.
"Várias áreas do Corn Belt estão deficitárias, como exemplo, o centro e o norte de Illinois e leste de Iowa, tem regiões que não choveu mais do que 20% do normal", complementa Sousa.
Além do clima nos EUA, os traders seguem acompanhando também a pouca evolução nas negociações entre Rússia e Ucrânia, o que mantém o acordo para a exportação de grãos comprometido, mantendo limitada a oferta tanto de milho, quanto de trigo, o que também dá suporte aos preços.
Atenção ainda ao financeiro e ao comportamento da demanda, em especial da China, impactando no comportamento das cotações.