Soja cai pela 7ª sessão seguida na CBOT e analista não vê recuperação no curto prazo
Os preços futuros da soja encerraram a sessão desta quinta-feira (27) com perdas que variaram entre 9,2 a 12,2 pontos na Bolsa de Chicago (CBOT). Essa foi a sétima sessão seguida de perdas para a oleaginosa e, segundo Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, não deve haver recuperação no curto-prazo.
O contrato de julho/23 da soja na CBOT fechou o dia cotado a US$ 14,03 e o agosto a US$ 13,51 por bushel. Nos derivados, o dia foi de perdas de mais de 3% para o óleo de soja, mas preços próximos da estabilidade para o farelo.
"No curto-prazo não diria", afirmou Cogo ao Notícias Agrícolas ao ser perguntado sobre uma recuperação do mercado internacional negativo, que tem impactado também as negociações dos produtores brasileiros. Ele explica que vê um possível cenário diferente para os preços apenas para o final do semestre e início do segundo semestre.
"A gente pode dizer que está no pico da depressão dos preços, que é oriunda de uma conjugação de fatores, quase todos negativos, mas à frente a gente tem uma conjugação que pode dar um fôlego, como esmagamento no mercado interno, exportação de derivados, prêmios nos portos mais altos", explica Cogo.
Nem mesmo a divulgação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) nesta quinta-feira conseguiu exercer movimentação aos preços, mantendo o cenário negativo dos últimos dias e de carência de novidades.
As vendas de soja da safra 2022/23 no período totalizaram 311,30 mil toneladas, bem acima da semana anterior e 38% maior em relação à média anterior de quatro semanas. O principal destino foi o México. O mercado esperava vendas entre 75 a 500 mil t.
MERCADO INTERNO
Ao lado das baixas em Chicago, estão os prêmios pelos portos do país. Os indicativos seguem próximos de R$ 139 por saca no disponível e para maio de 2023.
"É uma queda importante, a gente já imaginava que iria acontecer isso, a situação pode até piorar. Mas agora depende muito do comportamento do produtor daqui pra frente. É tirar o pé do acelerador agora e começar a pensar melhor nas estratégias de comercialização futuro", orienta Cogo.
Em Não-Me-Toque (RS), o dia foi de queda de 0,80% para a soja com a saca a R$ 124,00. Em Palma Sola (SC), a saca ficou estável cotada a R$ 127,50 e, em São Gabriel do Oeste (MS) está a R$ 115,00. Já Ponta Grossa (PR) tem a saca a R$ 132,86.