Mato Grosso do Sul encerra colheita da soja 2022/23

Publicado em 26/04/2023 18:47

Com atraso de três semanas em relação à média das últimas cinco safras, a operação de colheita da safra de soja 22/23 foi finalizada em Mato Grosso do Sul, conforme apontam os dados do Projeto SIGA-MS, divulgados pela Aprosoja/MS, Sistema Famasul e Governo do Estado, nesta terça-feira (25).

O cenário de atraso observado neste ciclo ocorreu, inicialmente, por uma queda nas temperaturas durante os meses de novembro e dezembro de 2022, alongando o ciclo da cultura em mais de 10 dias. Além disso, a partir da segunda quinzena do mês de janeiro de 2023, a alta precipitação coincidiu com o período de enchimento de grãos, o que impactou no alongamento do ciclo, na inviabilização da dessecação, no aumento da umidade dos grãos e no atraso da entrada das máquinas nas lavouras.

De acordo com o CEMTEC, de 23 de janeiro- quando a operação de colheita foi iniciada- até a última sexta-feira, 21, os pluviômetros do estado já registraram 32.776 milímetros de chuva.  As cidades que receberam os maiores volumes foram São Gabriel do Oeste, Ponta Porã e Bataguassu, com 986, 913 e 911 mm, respectivamente.

O ciclo de soja 22/23 encerrou sem quebra de safra, diferente do ocorrido no ano anterior, contudo, a qualidade dos grãos foi comprometida, conforme afirma o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi. “A elevada umidade, as altas temperaturas e a ação de microrganismos no estádio final da cultura contribuíram para a redução da qualidade dos grãos nas regiões com maior volume de chuva”, explica.

A estimativa inicial aponta para um acréscimo de 2,5% na área cultivada, atingindo 3,8 milhões de hectares, com produtividade média de 58 sacas por hectare e produção de 13,378 milhões de toneladas. Os dados finais do ciclo estão em apuração e serão divulgados na segunda quinzena de maio, pela equipe técnica do Projeto SIGA-MS.

2ª Safra

O atraso na retirada da cultura antecessora, interferiu no andamento da semeadura do milho 2ª safra. A operação encerrou na última sexta-feira (21), com déficit de três semanas, em relação ao ciclo de 21/22.

Com isso, 54% da área de milho foi semeada fora da melhor janela, ou seja, essas lavouras apresentam maior risco de susceptibilidade às intempéries climáticas, como estiagem, geada e queda de granizo.

“Grande parte das lavouras ainda está no período vegetativo e até o momento, temos 95% das áreas em bom estado de desenvolvimento e 5% em condições regulares. A Região Sul é a que apresenta maior nível de áreas regulares, com 19%. Porém, considerando o estádio fenológico das plantas e as condições climáticas, o fechamento da safra ainda é incerto”, salientou Dobashi.

De acordo com a média histórica dos últimos cinco anos, a expectativa inicial é de que a safra do cereal atinja uma área de 2,3 milhões de hectares, 5,39% acima que o ciclo anterior; com produtividade de 80,33 sc/ha e produção de 11,206 milhões de toneladas.

Fonte: Aprosoja MS

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
undefined