DATAGRO Grãos projeta recorde de volume e receita nas exportações do complexo soja brasileiro em 2023

Publicado em 26/04/2023 14:16 e atualizado em 26/04/2023 15:15
Estima-se 118,10 milhões de toneladas no volume geral a ser embarcado e receita total de US$ 66,469 bi

Considerando as estimativas de uma supersafra de soja no Brasil em 2023, a DATAGRO Grãos traz levantamento que confirma os números previstos inicialmente e indica novos recordes para o total de volume e receita.

A análise aponta para uma tendência de forte elevação no volume geral a ser embarcado neste ano: 118,10 milhões de toneladas, volume 16,1% superior ao exportado em 2022, quando saíram dos portos brasileiros 101,68 mi de t do complexo soja. Além disso, superaria o recorde de 2021, de 105,03 mi de t.

Esse total compreende 94,00 mi de t de soja em grão (+19,4%); 21,50 mi de t de farelo de soja (+5,6%); e 2,60 mi de t de óleo de soja (+0,1%).

Um fator preponderante para a sinalização desses números é a confirmação de uma safra cheia colhida em 2023, estimada pela DATAGRO Grãos em 153,70 mi de t, com possibilidade de revisão para cima na próxima projeção da consultoria.

“Apesar do recuo parcial nos preços médios, esse avanço nos volumes a serem embarcados deve levar o País a expressivo ganho na receita total obtida nas exportações do complexo soja em 2023. Depois das vendas recordes de US$ 60,748 bilhões em 2022, a projeção atualizada aponta para avanço de 9,4% neste novo ano, para US$ 66,469 bi”, analisa Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.

Essa receita seria formada por US$ 51,700 bi decorrentes de vendas de soja em grão (+11,2%); US$ 11,610 bi da comercialização de farelo (+12,4%); e US$ 3,159 bi de óleo, o único com estimativa de recuo no valor a ser obtido (-19,7%).

“Desempenho que só não será melhor por conta da alteração para baixo no padrão dos preços médios de soja e óleo [...] As perdas na soja estão ligadas à obtenção de safra recorde no Brasil e às sinalizações iniciais de safra nova cheia nos EUA. O quadro de preços mais firmes no farelo está ligado ao aperto na disponibilidade global em função das perdas de produção na Argentina, que é o maior exportador mundial. Já no óleo, apesar de também estimulado pela situação na Argentina, vai recebendo pressão do recuo nos preços do petróleo e óleo de palma, sendo este último, notadamente pelo corredor de exportação para o óleo de girassol da Ucrânia”, observa França Junior.

A obtenção de maior receita pelas vendas externas do complexo soja deve contribuir para amenizar a expectativa de retração nas exportações totais do Brasil: estima-se participação de 20,1%, considerando a projeção de receita total de US$ 330,000 bi. Em 2022, os valores conquistados pela oleaginosa e derivados foram responsáveis por 18,2% do total embarcado pelo País, considerando uma receita total fechada de US$ 334,136 bi.

Fonte: Datagro

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