Importações de soja pela China aumentam 8% em março apesar de demanda moderada
PEQUIM (Reuters) - As importações de soja da China em março aumentaram 7,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostraram dados nesta quinta-feira, elevando as chegadas do primeiro trimestre a um recorde mesmo com a demanda não crescendo como esperado.
As importações totais da oleaginosa em março chegaram a 6,85 milhões de toneladas, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas, somando 23 milhões de toneladas no primeiro trimestre, alta de 13,5% em relação ao ano anterior e o maior volume para o período.
"Acho que provavelmente havia uma expectativa em dezembro de demanda voltando. No geral, a recuperação da demanda decepcionou, mas se um importador comprou cargas em dezembro ou janeiro, elas chegarão em março", disse Darin Friedrichs, fundador da Sitonia Consulting.
Embora as chegadas de março tenham sido menores do que em fevereiro, um declínio incomum, as importações devem aumentar novamente em abril e maio, para bem mais de 9 milhões de toneladas por mês, segundo analistas e traders, pesando ainda mais nos preços do farelo de soja.
A soja é esmagada para fazer o farelo de soja, um dos principais ingredientes da ração animal e necessário em grandes quantidades para o enorme rebanho de suínos da China.
Os produtores de suínos, no entanto, vêm perdendo dinheiro desde o início do ano, com os preços dos suínos oscilando em torno de 15 iuanes (2,18 dólares) por quilo, pressionados pela demanda fraca e excesso de oferta.
"A suinocultura da China é menos lucrativa agora, o que não é propício para a demanda de curto prazo por farelo de soja", disse um analista de futuros chinês, que pediu para permanecer anônimo.
Os preços do farelo de soja já caíram cerca de um terço desde que atingiram uma máxima de quatro anos em novembro passado.
As esmagadoras estão reduzindo seus planos de importação de soja em resposta à demanda mais fraca, e as compras depois de maio podem ser menores do que nos anos anteriores, disse um analista da Donghai Futures à Reuters, recusando-se a ser identificado por causa da política da empresa.
(Por Qin Ningwei e Dominique Patton)