Importações de soja pela Argentina devem saltar 139% em 2022/23 com seca, diz bolsa
BUENOS AIRES (Reuters) - As importações de soja pela Argentina devem mais do que dobrar nesta temporada devido aos impactos devastadores de uma seca histórica na safra 2022/23 do país, informou a Bolsa de Comércio de Rosário em um relatório nesta quinta-feira.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, graças a uma poderosa indústria de processamento de grãos que pode esmagar até 73 milhões de toneladas da oleaginosa por ano, mas graves perdas com a seca estão acentuando a necessidade de importações do grão do Paraguai e do Brasil.
A bolsa prevê que a Argentina importará 7,9 milhões de toneladas de soja nesta safra, 139% a mais que na temporada anterior, com uma colheita de apenas 27 milhões de toneladas - de 42,2 milhões de toneladas na temporada passada.
“O Brasil vem se destacando nesta primeira parte do ano como um crescente fornecedor de soja para a indústria de óleo argentina, além da alta oferta do Paraguai”, afirmou.
As empresas argentinas importaram pouco mais de 400 mil toneladas de soja nos primeiros dois meses de 2023, acrescentou a bolsa, incluindo cerca de 170 mil toneladas do Brasil até março.
Na semana passada, o presidente da câmara de processadores de grãos da Argentina, Ciara, disse à Reuters que o setor está em crise e operando com a menor capacidade da história.
Em relação ao milho, a bolsa disse que a Argentina exportou 9,15 bilhões de dólares da safra colhida em 2021/22, antes do impacto da seca, seu segundo maior nível graças aos altos preços, mesmo com os volumes caindo 15% em relação ao ano anterior.
(Reportagem de Maximiliano Heath; texto de Sarah Morland)