Bolsa de Buenos Aires faz novo corte e traz safra de soja da Argentina para 25 milhões de t
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires fez um novo corte em sua estimativa para a safra 2022/23 de soja da Argentina nesta quinta-feira (16), trazendo seu número de 29 para 25 milhões de toneladas. A projeção para o milho também caiu e passou de 37,5 para 36 milhões de toneladas. Segundo especialistas, esta é uma das piores safras de grãos da história argentina e, certamente, a pior em duas décadas.
"A ausência de precipitação aliada a temperaturas acima da média encurtaram a duração das fases críticas para a consolidação de rendimentos de soja", informou o reporte semanal da bolsa. E o calor intenso, ainda de acordo com o relatório, segue tirando ainda mais do potencial produtivo das lavouras plantadas mais tarde no país.
Em uma semana, o índice de campos de soja em condições ruins ou péssimas passou de 71% para 75%, enquanto apenas 2% da oleaginosa está classificada como boa ou excelente. As condições continuam se deteriorando rapidamente.
Gráficos da instituição mostram ainda que 71% das áreas cultivadas com soja na Argentina estão sob condições de seca ou de umidade baixa.
"Diante de um clima totalmente adverso nesta temporada, o potencial produtivo das lavouras está bem abaixo dos mínimos históricos do Panorama Agrícola Semanal da entidade. Junto a isso, o abandono de áreas levou a bolsa a um novo corte na produção de soja", explica a Agrinvest Commodities.
A pior safra de grãos da história da Argentina é o resumo que fez o diretor da Globaltecnos, Sebastian Gavalda, em entrevista exclusiva ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira (14). Os episódios sequentes de adversas climáticas de todas as naturezas, em especial com ondas de calor e meses de uma seca terrível, foram a composição "perfeita" para que o cenário se desenhasse desta forma. As perdas estimadas são bilionárias, já que não só se perdeu no campo, como os custos de produção foram, em média, cerca de 50% mais altos na comparação anual.
"Aumento de custos, perda de produção, hoje resulta em quebra no país todo. Não se deu em apenas uma região, embora haja lugares um pouco melhores, outros piores. É uma quebra muito severa para o produtor agropecuário", explica o analista. Reveja a entrevista completa: