Farelo dispara mais de 2% em Chicago e soja em grão acompanha altas nesta 2ª
Os futuros do farelo de soja dispararam no início da tarde desta segunda-feira (6) e registram altas de mais de 2%, puxando bons ganhos também entre os preços do grão. Por volta de 12h50 (horário de Brasília), no derivado, o contrato maio tinha US$ 491,60 por tonelada curta, com alta de 2,2%, enquanto o julho subia 1,9% para US$ 480,50. No mesmo momento, a soja tinha ganhos de 15,25 a 17,25 pontos, levando o maio a US$ 15,34 e o julho a US$ 15,21 por bushel.
"A soja sobe forte puxada pelo farelo. Já há estimativas de produção de soja na Argentina abaixo de 30 milhões de toneladas, vai faltar farelo ao longo dos meses", informa a equipe da Agrinvest Commodities.
E essas estimativas seguem refletindo as condições de tempo completamente adversas, as quais continuam tirando, de maneira contínua, o potencial produtivo da soja e também do milho no país. E as previsões do tempo continuam mostrando mais dias de muito calor e muita seca.
"Tempo seco na Argentina. Sem previsões de chuvas para os próximos 7 dias, o que complica duma vez a produtividade da soja e do milho", relata o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa. "A Argentina, pelo que já perdeu de produtividade na soja e o que pode perder nesta reta final, deve registrar uma quebra de 50% da safra".
O mercado também monitora a colheita brasileira que, apesar dos últimos avanços, ainda tem algum atraso em relação ao ano passado. De acordo com os últimos números da Pátria Agronegócios, são 43,34% de área colhida, contra 54,62% de 2022. No entanto, o número já se aproxima da média dos últimos cinco, de 46,67% .
"Tempo aberto no Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Rondônia impulsionaram o progresso de colheita no país. O ritmo de trabalhos de campos segue em linha com a média dos últimos cinco anos, entretanto bem atrasado em relação ao ano passado", informa a consultoria.
Os traders estão de olho também na chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega nesta quarta-feira (8). E como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, as expectativas dão conta de uma possível redução nos estoques dadas as exportações aceleradas e fortes no país.
Das 54,2 milhões de toneladas estimadas pelo USDA para serem exportadas nesta temporada, cerca de 90% já foram comprometidos e o ano comercial ainda vai até 31 de agosto. São mais 24 semanas a frente, com uma oferta apertada.